Grupo Wagner
empresa militar privada russa / De Wikipedia, a enciclopédia encyclopedia
O Grupo Wagner (em russo Группа Вагнера, transliterado Grupa Vagnera) ou também PMC Wagner[10] (russo: ЧВК[lower-alpha 1] «Вагнер», transliterado ChVK «Vagner»[11]) e como Africa Corps (russo: Африканский корпус, tr. Afrikanskiy korpus) na África,[12] é uma organização paramilitar de origem russa. É descrito como sendo uma empresa militar privada, uma rede semioficial de mercenários e/ou um exército privado[13] com fortes ligações ao governo russo que atua em várias regiões pelo mundo, principalmente no leste da Ucrânia (Donbass), na Síria e na África. Outros descrevem o Grupo Wagner como sendo um grupo de fachada do Departamento Central de Inteligência (GRU) das Forças Armadas Russas, que é utilizado como braço de apoio em conflitos onde a Rússia está engajada, onde pode ser necessária a negação plausível,[14] e como forma de acobertar o número de baixas e custos financeiros da população russa.[15] O grupo recebe equipamento e usa instalações das Forças Armadas Russas.[16]
O Grupo Wagner era operado e financiado por Yevgeny Prigozhin, um oligarca russo e confidente pessoal de Vladimir Putin.[17][18][19] O grupo é acusado de cometer crimes de guerra onde são inseridos, incluindo saques, estupros e massacres de civis,[20][21] e de tortura e execução sumária de prisioneiros de guerra[22][23] e supostos desertores.[24][25] Além de frequentemente recrutar neonazistas em suas fileiras.[26][27]
O Grupo Wagner recruta principalmente veteranos e ex-membros das Forças Armadas da Rússia, mas também já recrutou estrangeiros, como Sérvios,[28] Ucranianos (principalmente Russófonos do Donbas), e Árabes Sírios e Líbios.[29] Antes da Invasão Russa da Ucrânia em 2022 o grupo tinha um efetivo cerca de 8 000 tropas.[6] Devido a falta de pessoal e altas baixas durante a invasão, Wagner começou a recrutar presidiários em suas fileiras.[30] De acordo com o oficial do Pentágono John Kirby, o Grupo Wagner operava 50 000 mercenários na Ucrânia, sendo 10 000 contratados e 40 000 ex-prisioneiros em dezembro de 2022.[31] Ganhou notoriedade pelo papel de protagonismo em ofensivas e conquistas no leste ucraniano.[32][33]
Em 23 de junho de 2023, após meses de conflitos internos com o Ministério da Defesa da Federação Russa, o Grupo Wagner organizou um motim contra o alto comando das Forças Armadas, acusando as tropas russas de atacar seus homens.[34] Durante a noite de 23 para 24 de junho, o Grupo Wagner capturou a cidade da Rostóvia do Dom, onde fica o Quartel-General do Distrito Militar Sul e partiu com um comboio para Moscou.[35] O comboio chegou a ficar a cerca de 200 quilômetros de Moscou, mas interrompeu o avanço após Prighozhin anunciar um acordo com o governo.[36][37]
Em 23 de agosto de 2023, os líderes do Grupo Wagner Prigozhin e Dmitry Utkin, morreram em um acidente de avião na Rússia.[38][39] Alega-se que o avião foi deliberatamente abatido pelos militares russos.[39]