Nicolás Maduro
57° Presidente da Venezuela / De Wikipedia, a enciclopédia encyclopedia
Nicolás Maduro Moros (Caracas, 23 de novembro de 1962) é um político venezuelano e atual presidente da República Bolivariana da Venezuela. Como vice-presidente, assumiu interinamente a presidência da República em 2012, logo após a vitória eleitoral de Hugo Chávez, em razão da grave enfermidade do presidente eleito. Chávez faleceu em 5 de março de 2013, e novas eleições foram convocadas. Em 14 de abril de 2013, Maduro foi eleito 57.º presidente da Venezuela, para cumprir um mandato integral. Acabou reeleito em 2018, num pleito controverso e não reconhecido pela oposição e pela comunidade internacional, com muitos países e órgãos supranacionais não admitindo mais sua legitimidade como presidente.[1] Maduro havia servido anteriormente como Ministro dos Negócios Estrangeiros de 2006 a 2013.
Nicolás Maduro | |
---|---|
Maduro em 2023. | |
57.º Presidente da Venezuela | |
Período | 5 de março de 2013 até atualidade |
Vice-presidente | Jorge Arreaza (2013-2016) Aristóbulo Istúriz (2016-2017) Tareck El Aissami (2017-2018) Delcy Rodríguez (desde 2018) |
Antecessor(a) | Hugo Chávez |
25.º Vice-presidente da Venezuela | |
Período | 13 de outubro de 2012 até 5 de março de 2013 |
Presidente | Hugo Chávez |
Antecessor(a) | Elías Jaua |
Sucessor(a) | Jorge Arreaza |
Presidente Pro-tempore do Mercosul | |
Período | 12 de julho de 2013 até 29 de julho de 2014 |
Antecessor(a) | José Mujica |
Sucessor(a) | Cristina Kirchner |
Ministro das Relações Exteriores da Venezuela | |
Período | 7 de agosto de 2006 até 15 de janeiro de 2013 |
Presidente | Hugo Chávez |
Antecessor(a) | Alí Rodríguez Araque |
Sucessor(a) | Elías Jaua |
Presidente da Assembleia Nacional da Venezuela | |
Período | 5 de janeiro de 2005 até 7 de agosto de 2006 |
Antecessor(a) | Francisco Ameliach |
Sucessor(a) | Cilia Flores |
Dados pessoais | |
Nome completo | Nicolás Maduro Moros |
Nascimento | 23 de novembro de 1962 (61 anos) Caracas, Distrito Capital, Venezuela |
Cônjuge | Cilia Flores |
Filhos(as) | 1 (Nicolás Maduro Guerra) |
Partido | PSUV (desde 2007) |
Profissão | Maquinista, sindicalista e político |
Assinatura | |
Website | http://www.presidencia.gob.ve/ |
Maduro governa a Venezuela por decreto, com poderes especiais, desde novembro de 2013.[2][3][4][5] Sua presidência foi marcada pelo declínio socioeconômico venezuelano, com acentuado crescimento da pobreza, inflação, criminalidade e fome; seus críticos dizem que a crise que o país enfrentou na década de 2010 é resultado direto das políticas de Chávez e Maduro, e a oposição constantemente taxa o presidente de ditador.[6][7][8][9] Maduro, por outro lado, culpa a especulação e uma "guerra econômica" imposta à nação pelos seus oponentes, internos e externos.[10][11][12][13][14][15] A escassez de produtos de subsistência na Venezuela e uma queda considerável no índice de qualidade de vida no país, resultou numa série de protestos populares a partir de 2014 que foram aumentando de intensidade com o tempo, instigando uma resposta violenta das forças de segurança do governo, causando dezenas de mortes, ajudando a puxar ainda mais para baixo a popularidade de Maduro.[16][17][18][19] Essa impopularidade levou a oposição a vencer as eleições parlamentares de 2015 e dominar a Assembleia Nacional, porém Maduro conseguiu contornar a autoridade do legislativo e manter seu poder total através da Suprema Corte e os Tribunais Eleitorais, junto com outros corpos políticos, todos dominados por seus apoiadores, contando também com apoio dos militares.[16][17][20] Em 2017, o presidente conclamou uma constituinte, não sancionada ou apoiada pelo parlamento, enchendo-a com seus partidários, efetivamente removendo os poderes da Assembleia Nacional (dominada pela oposição).[21] Esses movimentos antidemocráticos levaram a condenações dentro e fora da Venezuela, com várias nações (como os Estados Unidos) impondo sanções contra o país.[22]
Em maio de 2018, foi reeleito para um mandato de seis anos em uma polêmica eleição, não reconhecida pela oposição,[23] pela Organização dos Estados Americanos[24] e União Europeia,[25] além de países como Estados Unidos[26] e Brasil.[27] Em janeiro de 2019, Maduro foi empossado para um segundo mandato. Isso acabou gerando uma grave crise política interna, com a Assembleia Nacional não reconhecendo a posse do presidente e várias nações do mundo removendo seus embaixadores de Caracas, como protesto. Para a oposição, Nicolás Maduro estava, efetivamente, transformando a Venezuela numa ditadura sob seu comando.[28]
Um relatório da Organização dos Estados Americanos determinou que, durante sua gestão, foram cometidos crimes contra a humanidade,[29] e as Nações Unidas reportaram mais de 9000 execuções extrajudiciais e mais de quatro milhões de venezuelanos foram forçados a deixar o país.[30] Em 10 de janeiro de 2019, minutos após Nicolás Maduro tomar posse perante o Tribunal Supremo de Justiça da Venezuela para o mandato presidencial 2019-2025, a Organização dos Estados Americanos, em uma reunião extraordinária de seu Conselho Permanente, aprovou uma resolução que declarava Maduro como ilegítimo presidente da Venezuela, pedindo novas eleições.[31] Em 26 de março de 2020, o Departamento de Justiça dos Estados Unidos, emitiu um mandado de prisão contra Maduro com uma recompensa de 15 milhões de dólares por acusações relacionadas ao tráfico de drogas.[32][33]
Durante seu mandato, especialmente desde meados de 2020, foram relatadas intervenções diretas e indiretas de potências estrangeiras na política interna da Venezuela, especialmente dos Estados Unidos, Rússia e China. Essas intervenções variaram desde sanções econômicas, apoio diplomático e logístico, até supostas incursões militares.[34] Essas intervenções tiveram implicações significativas na situação interna da Venezuela, exacerbando tanto a crise econômica quanto as tensões políticas.