Álvaro Vaz de Almada
oficial militar português / De Wikipedia, a enciclopédia encyclopedia
Álvaro Vaz de Almada ou Álvaro Vasques de Almada KG (1390 - 20 de Maio de 1449), valido do infante D. Pedro,[1] e seu conselheiro régio[2], foi o primeiro conde de Abranches (no original francês Avranches, mas, sempre dito Abranches em Portugal, nomeadamente na carta de reconhecimento do título. Ainda assim é possível encontrá-lo em escritos antigos como Davarans[3] ou Abranxes e até no estrangeiro como Branches, sem o A inicial.)
Álvaro Vaz de Almada | |
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Nascimento | 1390 Reino de Portugal |
Morte | 20 de maio de 1449 Alverca do Ribatejo |
Cidadania | Reino de Portugal |
Progenitores | |
Ocupação | oficial, terratenente |
Prêmios |
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Título | Dom, cavaleiro, conde |
Religião | catolicismo |
Foi dos únicos estrangeiros que não da realeza a ser agraciado cavaleiro da Ordem da Jarreteira, a mais nobre ordem da Inglaterra,[4] preenchendo o lugar por morte do 1º duque de Somerset.[5]
É considerado dos últimos a usar o reduzido título medieval de rico-homem em Portugal[6] e, fazendo parte do Concelho Régio, exerceu o lugar de Capitão-mor do Reino e do Mar,[7] a partir de 23 de Junho de 1423 por D. João I[8] e confirmado pelo filho D. Duarte I de Portugal em 5 de Julho de 1434.[9] Em 4 de Abril de 1440, foi nomeado Alcaide-mor da capital, Lisboa.[10][11][12]
É reconhecido, nas antigas descrições e pelos historiadores, que terá sido o maior amigo do Infante D. Pedro e que o acompanhou a várias cortes estrangeiras. Assim como, tudo faz indicar que terão lá combatido juntos, contra "os turcos", auxiliando o imperador Segismundo da Hungria,[13] na defesa das fronteiras da Europa e contribuindo fortemente para que se fizessem várias alianças com o seu país, o reino de Portugal.
Pode-se dizer que ele «encarnou» completamente o espírito de cavalaria medieval, que se ainda vivia na época no Ocidente e não só, e através da sua vida podemos ver o muito que ela continha. Isso na forma de pensar, pelo que se debateu e como agiu nas várias circunstâncias, e como os outros reagiram.
Segundo o mito, citado no canto VI dos «Lusíadas», foi um dos Doze de Inglaterra que eram todos portugueses que ficaram famosos por ganhar em torneio aos cavaleiros britânicos que tinham ofendido as respectivas doze damas inglesas que tinham sido ultrajadas pelos segundos. O seu bom relacionamento com esse competitivo ambiente deveria ser grande e encontramos-lo como sendo um dos cavaleiros que foi receber o famoso cavaleiro vascão Jacques de Lalaing, com a insigne Ordem do Tosão de Ouro, ao serviço do Duque de Borgonha a Portugal.[14]
É igualmente referido no «Ulyssippo: poema heróico», de António de Sousa de Macedo, na seguinte forma. "Nesse trono de luz, que tanto cresce/ Que em resplendores de luz própria esconde,/ Álvaro Vaz de Almada resplandece/ A quem seu braço fez de Abranches conde/".[15]
Muito mais tarde, em 1907, o republicano António José de Almeida adoptava, na loja maçônica Montanha, o nome simbólico de Álvaro Vaz de Almada.[16]
Teria como seu mote ou divisa o ímpeto «L' ARDENT DÉSIR» (Desejo Ardente), segundo refere o vianense Luís Figueiredo da Guerra, reconhecido arqueólogo e investigador de história local, numa carta de Abril de 1917, existente no cartório da Casa Almada que está hoje no Paço de Lanheses. Ou então teria antes o ímpeto «NIL TEMERE, NEE TIMORE" (Nada Temer) segundo entra na peça de teatro de Jacinto Heliodoro Loureiro ou ainda «LE PORTERAI FOI!» (Vou Aguentar) na poesia de Teófilo Braga, no decorrer do famoso torneio dos Doze de Inglaterra.[17]
O investigador Giuseppe Grilli deduziu que uma das míticas personagens mais importantes do romance épico e cavalheiresco Tirant lo Blanch, lá referida como Visconde Branches, seria uma mistura da representação de D. Álvaro e o seu filho mais velho, que andou por aquelas paragens aragonesas do seu autor.[18]
Igualmente, segundo alguns historiadores de arte é uma das personagens representadas num dos "Painéis de São Vicente de Fora" e para uns desses é naquele que é chamado de "Painel do Arcebispo (Painéis de São Vicente de Fora)"[19][20] ou no "Painel da Justificação", assim chamado por Vitorino de Magalhães Godinho.[21]