Revolução Iraniana
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A Revolução Iraniana, ocorrida em 1979, transformou o Irã, até então uma monarquia autocrática pró-Ocidente comandada pelo Xá Mohammad Reza Pahlevi, em uma república islâmica teocrática sob o comando do aiatolá Ruhollah Khomeini.[1][2]
Revolução Iraniana | |||||||||||
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Parte de Guerra Fria | |||||||||||
Protestos em Teerã, em 1979 | |||||||||||
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Participantes do conflito | |||||||||||
Estado Imperial do Irão
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Oposição Iraniana (até Janeiro de 1979)
Movimentos Estudantis:
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2.000 a 3.000 manifestantes mortos entre 1978 e 1979 |
Após o golpe de Estado iraniano de 1953, Pahlavi se aliou aos Estados Unidos e ao Bloco Ocidental para governar com mais firmeza como um monarca autoritário. Ele contou fortemente com o apoio dos Estados Unidos para se manter no poder, que ocupou por mais 26 anos.
Em 1964, o aiatolá Khomeini foi mandado à prisão e exílio, em meio a tensões maciças entre Khomeini e o xá. As manifestações começaram em outubro de 1977, evoluindo para uma campanha de resistência civil que incluía elementos seculares e religiosos.[3]
Os protestos se intensificaram rapidamente em 1978 como resultado do incêndio do Rex Cinema que foi visto como o estopim da revolução,[4] e entre agosto e dezembro daquele ano, greves e manifestações paralisaram o país.
Em 16 de janeiro de 1979, o xá deixou o Irã e foi para o exílio como o último monarca persa, deixando suas funções para um conselho de regência e Shapour Bakhtiar baseado na oposição, que era um primeiro-ministro. O aiatolá Khomeini foi convidado a voltar ao Irã pelo governo,[5] e voltou a Teerã onde foi saudado por milhares de iranianos.[6] O povo iraniano votou em um referendo nacional para se tornar uma república islâmica em 1 de abril de 1979[7] e para formular e aprovar uma nova Constituição republicana teocrática[3] segundo a qual Khomeini tornou-se líder supremo do país em dezembro de 1979.
A revolução foi incomum pela surpresa que causou em todo o mundo.[8] Faltava-lhe muitas das causas habituais da revolução (derrota na guerra, crise financeira, rebelião camponesa ou militares descontentes);[9] ocorreu em uma nação que estava experimentando relativa prosperidade; produziu mudanças profundas em grande velocidade; era extremamente popular; resultou no exílio de muitos iranianos; e substituiu uma pró-ocidental[10] secular autoritária monarquia por uma anti-ocidental islâmica teocracia.[11]
Para efeito de análise histórica, a Revolução Iraniana é dividida em duas fases: na primeira, houve uma aliança entre grupos liberais, grupos de esquerda e religiosos para depor o xá;[12] na segunda, frequentemente chamada Revolução Islâmica, viu-se a chegada dos aiatolás ao poder.