República islâmica
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República islâmica é, a princípio, a república que constitui seu corpo institucional de maneira compatível com os preceitos do islã. Na prática, cada um dos países que adota o republicanismo islâmico tem sua própria maneira de aplicar os preceitos islâmicos às instituições republicanas.
Desde a Revolução Iraniana de 1979, que derrubou a dinastia Pahlavi, a criação de repúblicas islâmicas é uma das aspirações políticas de grupos militantes religiosos radicais em nações com grandes populações de muçulmanos.
Alguns líderes religiosos muçulmanos usam o termo "república islâmica" como o nome de uma forma teórica de governo teocrático islâmico que impõe a sharia ou leis compatíveis com a sharia. O termo também tem sido usado para se referir a um estado soberano que se encontra num meio-termo entre um califado puramente islâmico e uma república nacionalista laica, não sendo nem uma monarquia islâmica nem uma república laica. Em outros casos, é usado apenas como um símbolo de identidade cultural.
Há também vários estados onde o islã é a religião do estado e que são (pelo menos parcialmente) regidos por leis islâmicas, mas carregam apenas "República" em seus nomes oficiais, não "República Islâmica" (exemplos incluem o Iraque, o Iêmen e as Maldivas). Outros defensores de uma sharia estrita (como o Talibã) preferem o título de "emirado islâmico", já que os emirados eram comuns ao longo da história islâmica e a "república" tem origem ocidental, vindo do romano (do latim res publica ou "assunto público"), indicando que o "poder supremo é mantido pelo povo e seus representantes eleitos",[1] sem menção de obediência a Alá ou à sharia.
Atualmente, o termo é usado no título oficial de três estados: as Repúblicas Islâmicas do Irã, do Paquistão e da Mauritânia. O Paquistão adotou o título pela primeira vez sob a constituição de 1956. A Mauritânia o adotou em 28 de novembro de 1958. O Irã o adotou após a Revolução Iraniana. Apesar de terem nomes parecidos, os países diferem bastante em seus governos e leis. Irã e Mauritânia são estados teocráticos.[2] O Paquistão adotou o nome em 1956, antes que o islã fosse declarado a religião do estado.[3]