QAnon
teoria da conspiração e movimento de extrema-direita americano / De Wikipedia, a enciclopédia encyclopedia
QAnon[lower-alpha 1] (/ˌkjuːəˈnɒn/) ou simplesmente Q, é uma teoria da conspiração de extrema-direita, criada nos Estados Unidos, que alega haver uma cabala secreta (de esquerda), formada por adoradores de Satanás,[2] pedófilos e canibais, que dirige uma rede global de tráfico sexual infantil e que esteve conspirando contra o ex-presidente Donald Trump e os seus apoiantes, durante o seu mandato. A conspiração teria sido engendrada com base num plano secreto do denominado de "Estado Profundo" (deep state).[3]
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Tal teoria conspiracionista teria surgido em outubro de 2017, no imageboard anônimo 4chan, por meio de um post escrito por um indivíduo anônimo, presumivelmente norte-americano, e que usava o pseudônimo de Q,[4] o qual, provavelmente, passou a ser compartilhado, depois, por um grupo de pessoas.[5][6] Q alegava ter acesso a informações classificadas sobre oponentes do governo Trump e acusou (falsamente) muitos atores liberais de Hollywood, políticos democratas e altos funcionários de se envolverem em um círculo internacional de tráfico sexual de crianças. Alegou também que Donald Trump fingiu conluio com os russos a fim de recrutar Robert Mueller para se juntar a ele na exposição do círculo e impedir um golpe de Estado liderado por Barack Obama, Hillary Clinton e George Soros.[7][8][9]
Os adeptos do QAnon normalmente marcam suas postagens nas mídias sociais com a hashtag #WWG1WGA, representando o lema "onde for um, vamos todos nós".
A teoria da conspiração, disseminada principalmente pelos apoiadores do presidente Trump sob os nomes A tempestade e o grande despertar - preceitos e vocabulário de QAnon que estão intimamente relacionados aos conceitos religiosos de milenarismo e apocalipticismo[10] - foi caracterizada como "infundada"[11][12][13] "transtornada",[14] e "sem evidências".[15] Seus defensores foram chamados de "um culto à conspiração enlouquecido"[16] e "alguns dos fãs mais extravagantes de Trump da Internet".[17]
Segundo Travis View, que estudou o fenômeno QAnon e escreveu sobre ele extensivamente para o The Washington Post, a essência dessa teoria conspiratória é a seguinte:
Existe uma cabala mundial de pedófilos que adoram Satanás e que governam o mundo; essencialmente, eles controlam tudo. Controlam os políticos e controlam a mídia. Controlam Hollywood e encobrem sua existência. E eles teriam continuado a governar o mundo, não fosse a eleição do presidente Donald Trump,[10] que foi eleito para acabar com a cabala e cujas lutas nos bastidores estão sendo reveladas por "Q".[10] "A Tempestade" é um evento antecipado, no qual milhares de pessoas, membros da cabala, serão presas, possivelmente enviadas para a prisão da Baía de Guantánamo, ou enfrentarão tribunais militares, e os militares dos EUA assumirão brutalmente o país. O resultado será a salvação e uma utopia na terra.[18]
Os seguidores de QAnon começaram a aparecer nos comícios da campanha de reeleição de Trump durante o verão de 2018.[11] A personalidade da TV e do rádio Michael "Lionel" Lebron, um promotor da teoria, recebeu uma oportunidade fotográfica com o presidente Trump, no Salão Oval, em 24 de agosto de 2018.[19] Bill Mitchell, um radialista que também promove a teoria conspiratória QAnon, participou de uma "cúpula de mídia social" da Casa Branca em julho de 2019.[20][21] Horas depois de um relatório, publicado em agosto de 2019, segundo o qual o FBI havia tachado o QAnon como uma fonte potencial de terrorismo doméstico - a primeira vez que uma teoria da conspiração marginal foi avaliada pela agência - um homem agitou a multidão, antes que Trump falasse em um comício, usando o lema QAnon - "onde for um, vamos todos nós". Mais tarde, ele negou que fosse uma referência do QAnon.[22][23]