Maomé I de Granada
Líder mulçumano na península ibérica do século XIII / De Wikipedia, a enciclopédia encyclopedia
Abu Abedalá Maomé ibne Iúçufe ibne Nácer (em árabe: أَبُو عَبَدَ الله مَحْمَد بن يوسف بن نَصَرَ; romaniz.:Abū ʿAbd Allāh Muhammad ibn Iūsuf ibn Nasr; Arjona, 1194 — Granada, 22 de janeiro de 1273), também conhecido como ibne Alamar (em árabe: بن الأحمر; romaniz.:ibn al-Aḥmar; lit. "o Vermelho") e por seu epíteto Algalibe Bilá (em árabe: الغالب بالله; romaniz.:al-Gālib bi-ʾllāh; lit. "Vitorioso pela Graça de Deus"),[2][3] foi o primeiro governante do Reino Nacérida de Granada, o último estado muçulmano independente da Península Ibérica e o fundador da dinastia nacérida. Viveu durante um tempo em que os reinos cristãos — especialmente Portugal, Castela e Aragão — estavam se expandindo às custas do território islâmico da Península Ibérica, chamado Alandalus. Maomé ibne Iúçufe assumiu o poder em sua cidade natal, Arjona, em 1232, quando rebelou-se contra o líder de facto de Alandalus, ibne Hude. Durante essa rebelião, conseguiu assumir o controle de Córdova e Sevilha brevemente, antes de perder as duas cidades para ibne Hude. Forçado a reconhecer a soberania de ibne Hude, Maomé conseguiu reter Arjona e Xaém. Em 1236, ele traiu o suserano, ajudando Fernando III de Castela a tomar Córdova. Nos anos seguintes, Maomé conseguiu controlar as cidades do sul, incluindo Granada (1237), Almeria (1238) e Málaga (1239). Em 1244, perdeu Arjona para Castela. Dois anos depois, em 1246, concordou em render Xaém e aceitar o domínio de Fernando em troca da paz.
Maomé I de Granada | |
---|---|
Maomé I (com túnica e escudo vermelho) representado (com túnica e escudo vermelho) liderando suas tropas durante a revolta mudéjar de 1264–1266 nas Cantigas de Santa Maria | |
Sultão de Granada[nt 1] | |
Reinado | c. 1238 — 22 de janeiro de 1273 |
Sucessor(a) | Maomé II Alfaqui |
Sultão de Arjona | |
Reinado | 16 de julho de 1232 — c. 1244 |
Nascimento | 1194 |
Arjona | |
Morte | 20 de janeiro de 1273 (79 anos) |
Granada | |
Sepultado em | Alhambra |
Descendência | Maomé II de Granada |
Dinastia | Nacéridas |
Filho(s) | Maomé II Alfaqui |
Religião | islão sunita |
Nos 18 anos que se seguiram, Maomé consolidou seu domínio, mantendo relações relativamente pacíficas com a Coroa de Castela; em 1248, ele até ajudou o reino cristão a tirar Sevilha dos muçulmanos. Mas em 1264, voltou-se contra Castela e ajudou a rebelião malsucedida dos súditos muçulmanos recém-conquistados. Em 1266, seus aliados em Málaga, os Banu Asquilula, rebelaram-se contra o emirado. Quando esses ex-aliados procuraram assistência de Afonso X de Castela, Maomé conseguiu convencer o líder das tropas castelhanas, Nuño González de Lara, a se voltar contra Afonso. Em 1272, Nuño González estava lutando ativamente com Castela. O conflito do emirado com Castela e os Banu Asquilula ainda não havia sido resolvido em 1273, quando morreu após cair de seu cavalo. Foi sucedido por seu filho, Maomé II.
O Emirado de Granada, que Maomé fundou, e a casa real nacérida, duraram mais dois séculos, até serem anexados por Castela em 1492. Seu outro legado foi a construção de Alhambra, sua residência em Granada. Seus sucessores continuariam a construir o complexo do palácio e da fortaleza e residiriam ali, e durou até os dias atuais como o legado arquitetônico do emirado.