Império Mogol
império asiático existente entre os séculos XVI e XIX / De Wikipedia, a enciclopédia encyclopedia
O Império Mogol, Império Mugal ou Império Mogul (em urdu: مغلیہ سلطنت; romaniz.:Mug̱liyah Salṭanat),[1][2] autodesignado Gurkani (em persa: گورکانیان; romaniz.:Gūrkāniyān; "genro") foi um Estado existente entre 1526 e 1857 (com um interregno entre 1540 e 1555) que chegou a dominar quase todo o subcontinente indiano. A designação mogol parece ter sido apenas atribuída durante o século XIX e deriva de mongol, denotando a ascendência direta de Gengis Cã de seu fundador, Babur. A designação usada pelos portugueses para o imperador mogol era grão-mogol.
Império Mogol گورکانیان | |||||||||||||||||||||
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O Império Mogol na sua máxima extensão (1700). | |||||||||||||||||||||
Continente | Ásia | ||||||||||||||||||||
Região | Subcontinente indiano | ||||||||||||||||||||
Capitais *Agra (1526–1540; 1555–1571)
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Países atuais | Afeganistão Bangladesh Índia Paquistão | ||||||||||||||||||||
Idiomas
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Religião de Estado | Islão sunita (1526–1857) Din-i Ilahi (1582–1605) | ||||||||||||||||||||
Outras religiões | Hinduísmo (maioria) Siquismo Jainismo Budismo Zoroastrismo Cristianismo Judaísmo | ||||||||||||||||||||
Moeda | rupia | ||||||||||||||||||||
Forma de governo | Monarquia absoluta, estado unitário com estrutura de federação | ||||||||||||||||||||
Imperador | |||||||||||||||||||||
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História | |||||||||||||||||||||
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Área | |||||||||||||||||||||
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População | |||||||||||||||||||||
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Estados antecessores e sucessores
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O Império Mogol é convencionalmente dito ter sido fundado em 1526 por Babur, um chefe guerreiro do que hoje é o Uzbequistão, que empregou a ajuda dos impérios safávida e otomano,[3] para derrotar o sultão de Deli, Ibraim Lodi, na Primeira batalha de Panipate, e para varrer as planícies do Norte da Índia. A estrutura imperial mogol, no entanto, às vezes é datada de 1600, para o governo do neto de Babur, Aquebar.[4] Esta estrutura imperial durou até 1720, até pouco depois da morte do último grande imperador, Aurangzeb,[5][6] durante cujo reinado o império também atingiu sua extensão geográfica máxima. Reduzido posteriormente, especialmente durante o governo da Companhia das Índias Orientais na Índia, para a região em torno de Velha Deli, o império foi formalmente dissolvido pelo Raj britânico após a rebelião indiana de 1857.
O Império Mogol foi fundado em 1526, entrou em declínio a partir do início do século XVIII e foi extinto em definitivo pelo poderio britânico em 1857. No seu auge, o império foi possivelmente o Estado mais rico, sofisticado e poderoso do planeta. Contava com uma população entre 110 e 130 milhões de habitantes, distribuída em um território de mais de quatro milhões de quilômetros quadrados, que compreendia a maior parte do que é hoje a Índia, Paquistão, Afeganistão e Bangladexe. Após 1725 o poder mogol entrou em rápido declínio, ao qual se atribuem variadas causas: guerras de sucessão, crises agrárias que fizeram eclodir revoltas locais, o aumento da intolerância religiosa para com a maioria não muçulmana e, finalmente, o golpe dado pelo colonialismo britânico. O último imperador, Bahadur Xá II, cujo domínio efetivo se restringia à cidade de Deli, foi aprisionado e depois exilado pelos britânicos em consequência de seu envolvimento na Revolta dos Sipais.
A era clássica do império iniciou-se com a ascensão ao trono de Aquebar em 1556 e chegou ao fim com a morte de Aurangzeb em 1707. Durante este período, o império caracterizou-se por uma administração eficiente e altamente centralizada, que interconetou as diferentes regiões da Índia. A exemplo do Taj Mahal, todos os monumentos significativos edificados pelos mogóis — o seu mais visível legado — provêm desta época.
Embora o império Mogol tenha sido criado e sustentado por guerras militares,[5][7][3] ele não suprimiu vigorosamente as culturas e as pessoas que veio a governar; em vez disso, os equalizou e aplacou por meio de novas práticas administrativas,[8][9] e diversas elites governantes, levando a regras mais eficientes, centralizadas e padronizadas.[10] A base da riqueza coletiva do império eram os impostos agrícolas, instituídos pelo terceiro imperador mogol, Aquebar.[11][12] Esses impostos, que somavam bem mais da metade da produção de um agricultor camponês,[11] eram pagos na bem regulamentada moeda de prata[10] e levavam camponeses e artesãos a entrar em mercados maiores.[13]
A relativa paz mantida pelo império durante grande parte do século XVII foi um fator na expansão econômica da Índia,[13] sinalizando a protoindustrialização.[14][15][16][17] A presença crescente da Europa no oceano Índico e sua crescente demanda por matérias-primas e produtos acabados indianos criaram uma riqueza ainda maior nas cortes mogóis.[18] Houve um consumo mais conspícuo entre a elite Mogol,[19] resultando em maior patrocínio da pintura, formas literárias, têxteis e arquitetura, especialmente durante o reinado de Xá Jeã.[20] Entre os Patrimônios Mundiais da UNESCO no Império Mogol no sul da Ásia estão: Forte Agra, Fatehpur Sikri, Forte Vermelho, Tumba de Humaium, Forte Lahore, Jardins Shalamar e o Taj Mahal, que é descrito como "a joia da arte muçulmana na Índia e uma das as obras-primas universalmente admiradas do patrimônio mundial".[21]