Hiperplasia benigna da próstata
De Wikipedia, a enciclopédia encyclopedia
A Hiperplasia prostática benigna (HPB) ou também conhecida por hiperplasia benigna da próstata (HBP); é popularmente conhecida como próstata aumentada[4]). Trata-se de uma doença benigna caracterizada pelo aumento de volume da próstata e, consequente, estreitamento e alongamento da uretra.[1] Antigamente, a HPB era tida como a causa exclusiva dos sintomas. porém, nas últimas décadas, o entendimento que a bexiga atuando em conjunto, é responsável por grande parte dos sintomas antes atribuídos ao aumento da próstata. Inclusive, até nos anos 90 o conjunto destes sintomas foi erroneamente classificado como "prostatismo" o que transmitia que estes sintomas e complicações eram exclusivas da próstata.[5] Porém, publicações dos anos 1990 se somaram no entendimento da HPB e desde então o termo de "prostatismo" não deve ser mais utilizado. O conjunto dos sintomas, hoje, se chama Sintomas do Trato Urinário Inferior (STUI ou o termo em inglês: low urinary tract symptoms (LUTS).[6] Esses sintomas podem ser classificados em leves, moderados ou severos. Os sinais e sintomas mais comuns são acordar a noite para urinar, micção frequente, dificuldade em começar a urinar, pouco fluxo de urina, retenção urinária ou incontinência urinária.[1] Os mais comuns inclusive e que mais trazem impacto negativo nas vidas destes homens e suas/seus parceiras(os) são sintomas de armazenamento da bexiga e não o jato fraco típico de uma obstrução abixo da bexiga causada pela HPB. As complicações mais comuns são infeções urinárias, cálculos na bexiga e insuficiência renal.[2]
Hiperplasia benigna da próstata | |
---|---|
Diagrama de uma próstata normal (esquerda) e hiperplasia benigna da próstata (direita) | |
Sinónimos | Hipertrofia benigna da próstata, hiperplasia prostática benigna |
Especialidade | Urologia |
Sintomas | Micção frequente, dificuldade em começar a urinar, pouco fluxo de urina, retenção urinária ou incontinência urinária.[1] |
Complicações | Infeções urinárias, cálculos na bexiga, insuficiência renal[2] |
Início habitual | Idade superior a 40 anos[1] |
Causas | Desconhecidas[1] |
Fatores de risco | Antecedentes familiares, obesidade, diabetes mellitus tipo 2, falta de exercício físico, disfunção eréctil[1] |
Método de diagnóstico | Baseado nos sintomas e exame físico após descartar outras possíveis causas[2] |
Condições semelhantes | Insuficiência cardíaca, diabetes, cancro da próstata[2] |
Tratamento | Alterações no estilo de vida, medicamentos, diversos procedimentos, cirurgia[2][1] |
Medicação | bloqueadores alfa, como a terazosina, ou inibidores da 5-alfarredutase como a finasterida[1] |
Frequência | 105 milhões (2015)[3] |
Classificação e recursos externos | |
CID-10 | N40 |
CID-9 | 600 |
CID-11 | 978159279 |
OMIM | 600082 |
DiseasesDB | 10797 |
MedlinePlus | 000381 |
eMedicine | med/1919 |
MeSH | D011470 |
Leia o aviso médico |
Vários fatores se somam para que a HPB aconteça.[1] O principal fator que contribui para o aumento benigno são os hormônios androgênicos. A testosterona, dihidrotestosterona são, aparentemente o principal estímulo para este crescimento. Em segundo lugar, provavelmente, o dano de piora de vascularização dos órgãos pélvicos (na bacia masculina) incluindo a próstata, a bexiga e os corpos cavernosos do pênis resulta em uma oferta baixa de oxigênio, resultando em algo chamado estresse celular (estresse oxidativo) sendo que, nessa situação, as próprias células da próstata emitem sinais, chamados fatores de crescimento que torna este ciclo vicioso, e a próstata cresce a medida que o homem envelhece, perde saúde circulatória na região, continuadamente, vai resultando em danos irreversíveis na bexiga e o crescimento da próstata. Os fatores de risco abaixo, resultam no mecanismo descrito acima, e incluem antecedentes familiares, obesidade, diabetes mellitus tipo 2, falta de exercício físico e disfunção eréctil.[1] Os sintomas podem ser agravados por medicamentos como a pseudoefedrina, anticolinérgicos e bloqueadores dos canais de cálcio bem como por anestesias, distúrbios de sono, fatores cardiovasculares, neurológicos e hormonais[7].[2] O mecanismo subjacente envolve a pressão que a próstata aumentada exerce na uretra, dificultando a passagem da urina para fora da bexiga.[1] O diagnóstico geralmente baseia-se nos sintomas e num exame físico, após descartar outras possíveis causas.[2][8]
Entre as opções de tratamento estão alterações no estilo de vida,[9] medicamentos, diversas intervenções e cirurgia.[1][2] Em pessoas com sintomas ligeiros recomenda-se a perda de peso, exercício e a diminuição do consumo de cafeína.[2]
O tratamento da HPB vai depender dos seguintes fatores: tamanho do impacto negativos dos sintomas, incômodo que o homem refere, formato e tamanho da próstata, idade, disponibilidade de acesso aos medicamentos e as opções cirúrgicas.
Tratamento medicamentoso
Medicamentos Em pessoas com sintomas mais pronunciados podem ser administrados medicamentos bloqueadores alfa, como a terazosina, ou inibidores da 5-alfarredutase como a finasterida.[1] Em pessoas que não melhoram com outras medidas, pode ser considerada a remoção cirúrgica de parte da próstata.[2] As medicinas alternativas, como a Serenoa repens não aparentam ser eficazes.[2] Outra medicação recomendada em diretrizes internacionais é a tadalafila. Agonistas beta-3 e antimuscarínicos também são utilizados para alívio dos sintomas STUI.
Tratamentos minimamente invasivos
Lift de uretra prostática chamado de urolift, jato de vapor d´àgua, chamado rezum são alguns disponíveis no Brasil e recomendados em diretrizes internacionais.
Tratamento cirúrgico ablativo
RTU de próstata, ablação prostática a laser, adenomectomia cirúrgica aberta, video-laparoscópica pura ou robótica,[10] enucleação prostáticas utilizando a via uretral do canal urinário, podendo ser chamada: BipolEP, HolEP, ThulEP, ThuflEP e ablaquation.
A hiperplasia benigna da próstata afeta em todo o mundo 105 milhões de homens.[3] A condição geralmente tem início depois dos 40 anos de idade.[1] A doença afeta metade dos homens com mais de 50 anos[2] e cerca de 90% dos homens com mais de 80 anos de idade.[1] Embora os níveis de antígeno específico da próstata possam estar elevados em homens com a condição, a condição em si não aumenta o risco de cancro da próstata.[11]