Guerra Civil Cambojana (1979–1998)
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Guerra civil cambojana de 1979–1998[1] ou conflito cambojano de 1979–1998 (também insurgência do Khmer Vermelho) foi uma guerra civil, iniciada após a invasão do Camboja pelo Vietnã que provocou a deposição do Kampuchea Democrático, entre o novo governo cambojano (apoiado pelos vietnamitas) e uma coalizão antigovernamental liderada pelo Khmer Vermelho.[2]
Guerra Civil Cambojana (1979–1998) | |||
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As bases da resistência até a fronteira do Camboja com a Tailândia (1979-1984) | |||
Data | 1979-1991, 1993-1998 | ||
Local | Camboja | ||
Desfecho | Acordos de Paz de Paris de 1991; reinicio do conflito em 1993 e desaparecimento do Khmer Vermelho em 1999 | ||
Beligerantes | |||
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Comandantes | |||
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Após a queda do regime de Pol Pot, o Camboja ficou sob ocupação militar vietnamita[3] e um governo pró-Hanói e pró-soviético, a República Popular do Kampuchea, liderada pela Frente Unida Nacional para Salvação do Kampuchea, um grupo de esquerdistas cambojanos descontentes com Khmer Vermelho, foi estabelecida.[4] A guerra civil travada durante os anos 1980 opondo os governistas das Forças Armadas Revolucionárias do Povo do Kampuchea contra o Governo de Coalizão da Kampuchea Democrática, um governo no exílio formado em 1981 e composto por três facções políticas cambojanas: o partido monarquista Funcinpec liderado pelo Príncipe Norodom Sihanouk, o Partido do Kampuchea Democrático (muitas vezes referido como Khmer Vermelho) e a Frente Nacional de Libertação do Povo Khmer (FNLPK). O representante do Khmer Vermelho na ONU, Thiounn Prasith, foi mantido.[5]
Ao longo da década de 1980, o Khmer Vermelho, apoiado pela China, Tailândia, Estados Unidos e Reino Unido[6] (todos ansiosos para conter a influência vietnamita e soviética na região, forneceram o seu apoio para as forças antivietnamitas) continuou a controlar grande parte do país e atacava o território que não estava sob seu domínio. Esse conflito, levou a sanções econômicas ao Camboja pelos Estados Unidos[7] e seus aliados, o que fez a reconstrução praticamente impossível e deixou o país extremamente pobre.
Intensificaram-se os esforços de paz entre 1989 e 1991, com duas conferências internacionais em Paris, e uma missão de paz da ONU ajudou a manter um cessar-fogo. A ONU recebeu um mandato conhecido como Autoridade Transitória das Nações Unidas no Camboja (APRONUC) para impor um cessar-fogo e lidar com a questão dos refugiados e do desarmamento.[8][9]
Como parte do esforço de paz, eleições patrocinadas pela ONU foram realizadas em 1993 que ajudou a restaurar alguma aparência de normalidade assim como a gradual diminuição do Khmer Vermelho. No entanto, uma guerra civil de baixa intensidade manteve-se entre o exército do governo cambojano e os guerrilheiros do Khmer Vermelho até 1998.[1] Norodom Sihanouk foi restaurado como o rei do Camboja,[9] mas a situação do conflito intensificar-se-ia pela Crise de 1997 no Camboja. Um governo de coalizão, formado após as eleições nacionais em 1998, trouxe estabilidade política e renovou a rendição das forças remanescentes do Khmer Vermelho naquele ano.