Gramática universal
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Gramática universal é uma teoria linguística da escola transformacional e generativa que afirma que determinados princípios comuns, governados no cérebro humano pelo Dispositivo de Aquisição de Linguagem,[1] que subjazem a todas as línguas naturais. Essa teoria vai além da gramática nocional - proposta por Otto Jespersen em 1922, no seu livro Language, its nature, Development and Origin -, da qual é herdeira, e defende que tais princípios são inatos. A gramática universal investiga, portanto, quais características linguísticas são comuns a todas as línguas do mundo - por exemplo, o fato de todas terem vogais.[2] É uma gramática de base comparativa, que procura descrever e classificar todos os fatos que ocorrem universalmente em todas as línguas (isto é, os universais linguísticos) (TRAVAGLIA, 1998).
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Essa teoria não afirma que todas as línguas naturais tenham a mesma gramática ou que todos os humanos estejam "programados" com uma estrutura que subjaz a todas as expressões de línguas humanas, mas que existe uma série de regras que ajudam as crianças a adquirir sua língua materna. Dois linguistas que tiveram influência considerável nessa área, seja diretamente ou mediante a escola que promoveram, são Noam Chomsky e Richard Montague.
A gramática universal, na sua forma atual, pensada por Chomsky,[3] seria aplicável a qualquer língua humana, seja na forma escrita como na forma verbal. A origem dessa concepção, conforme reconhece o próprio Chomsky, é a Grammaire générale et raisonnée contenant les fondemens de l'art de parler, expliqués d'une manière claire et naturelle (1660), de Port-Royal, contrapartida da Logique ou l'art de penser, também escrita por membros do movimento jansenista centralizado em Port-Royal. A gramática de Montague, uma semântica aplicada diretamente às línguas naturais desenvolvida por Richard Montague, é outro exemplo de gramática universal. Todavia, as abordagens de Montague e de Chomsky se opõem radicalmente: segundo Montague, a semântica faz parte da lógica, e não da psicologia, e não é necessário que uma regra sintática ou que uma regra de interpretação semântica seja imputada a um locutor, como quer Chomsky.[4]