Fibrilação auricular
ritmo cardíaco anormal / De Wikipedia, a enciclopédia encyclopedia
Fibrilação auricular, fibrilhação auricular ou fibrilação atrial é um ritmo cardíaco anormal caracterizado por batimentos rápidos e irregulares.[1] Os episódios têm muitas vezes início com breves períodos de batimentos anormais que com o passar do tempo se tornam estáveis e a intervalos maiores.[2] Muitos episódios são assintomáticos.[3] Em alguns podem-se manifestar sintomas como palpitações, desmaio, falta de ar ou dor no peito.[4] A doença está associada a um risco acrescido de insuficiência cardíaca, demência e acidente vascular cerebral (AVC).[3] É um tipo de taquicardia supraventricular.[5]
Fibrilação auricular | |
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Eletrocardiograma de um ritmo sinusal normal. Na fibrilação auricular, as ondas P, que representam a despolarização das aurículas, estão ausentes. | |
Especialidade | cardiologia |
Classificação e recursos externos | |
CID-10 | I48 |
CID-9 | 427.31 |
CID-11 | 171698302 |
DiseasesDB | 1065 |
MedlinePlus | 000184 |
eMedicine | med/184 emerg/46 |
MeSH | D001281 |
Leia o aviso médico |
Os fatores de risco modificáveis mais comuns da fibrilação auricular são a hipertensão arterial e as valvulopatias.[6][7] Entre outros fatores de risco relacionados com o coração estão a insuficiência cardíaca, doença arterial coronária, miocardiopatia e cardiopatia congénita.[6] Em países desenvolvidos, a causa mais comum de valvulopatias é a febre reumática.[8] Entre os fatores de risco relacionados com os pulmões estão a doença pulmonar obstrutiva crónica, a obesidade e a apneia de sono.[3] Entre outros fatores de risco estão o consumo excessivo de álcool, diabetes e hipertiroidismo.[3][8] No entanto, metade dos casos não está associada a qualquer um destes riscos.[3] O diagnóstico é feito pela medição da pulsação arterial e pode ser confirmado com um eletrocardiograma (ECG).[9] Um ECG de fibrilação auricular revela não existirem ondas P e um ritmo ventricular irregular.[9]
A fibrilação auricular é geralmente tratada com medicamentos que diminuem a frequência cardíaca para valores normais ou que convertem o ritmo para o ritmo sinusal normal.[6] A conversão em ritmo sinusal normal pode ser também realizada com cardioversão, um procedimento que é muitas vezes usado em situações de emergências quando a pessoa se encontra instável.[10] Em algumas pessoas, a recorrência pode ser prevenida com ablação por radiofrequência.[11] No caso de haver risco acrescido de AVC, podem ser recomendadas aspirina ou anticoagulantes como a varfarina ou novos anticoagulantes orais.[3] Embora estes medicamentos diminuam o risco de AVC, aumentam o risco de hemorragias.[12]
A fibrilação auricular é a arritmia cardíaca grave mais comum.[3] Entre os países desenvolvidos, a condição afeta cerca de 0,6% dos homens e 0,4% das mulheres.[2] Na Europa e na América do Norte a prevalência da doença tem vindo a aumentar. Em 2005 afetava entre 0,4 e 1% da população,[13] enquanto que em 2014 afetava entre 2 a 3% da população.[2] A percentagem de pessoas com fibrilação auricular aumenta com a idade, sendo afetadas 0,14% das pessoas com menos de 50 anos, 4% das pessoas entre 60 e 70 anos e 14% das pessoas com mais de 80 anos.[2] Em 2013, a fibrilação auricular e o flutter auricular foram a causa de 112 000 mortes, um aumento em relação às 29 000 em 1990.[14] A primeira descrição conhecida de pulsação arterial irregular foi publicada por Jean-Baptiste de Sénac em 1749. O primeiro registo da fibrilação auricular em eletrocardiograma foi feita por Thomas Lewis em 1909.[3]