Eleições estaduais em São Paulo em 1986
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As eleições estaduais em São Paulo em 1986 aconteceram em 15 de novembro como parte das eleições gerais no Distrito Federal, em 23 estados e nos territórios federais do Amapá e Roraima. Foram eleitos o governador Orestes Quércia, o vice-governador Almino Afonso, os senadores Mário Covas e Fernando Henrique Cardoso, além de 60 deputados federais e 84 estaduais na última eleição para governador onde não vigiam os dois turnos.[1][2][3][nota 1]
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Eleições estaduais em São Paulo em 1986 | ||||||
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15 de novembro de 1986 (Turno único) | ||||||
Candidato | Orestes Quércia | Antônio Ermírio de Moraes | ||||
Partido | PMDB | PTB | ||||
Natural de | Pedregulho, SP | São Paulo, SP | ||||
Vice | Almino Afonso | Faria Lima | ||||
Votos | 5.578.795 | 3.675.176 | ||||
Porcentagem | 40,78% | 26,86% | ||||
Candidato mais votado por município no estado (572):
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Titular Eleito | ||||||
Nascido em Pedregulho, Orestes Quércia formou-se advogado pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas e nesta cidade foi jornalista e administrador de empresas antes de firmar-se como empresário. Sua vida política começou no PL ao se eleger vereador de Campinas em 1962 e durante o Regime Militar de 1964 entrou no MDB e elegeu-se deputado estadual em 1966, prefeito de Campinas em 1968 e senador em 1974 impedindo a reeleição de Carvalho Pinto, que começou a disputa como favorito.[4] Em 1980 ingressou no PMDB e lançou-se candidato a governador de São Paulo mantendo essa postura até que aceitou ser vice-governador de Franco Montoro em 1982 numa união vitoriosa[5] e chegou ao governo estadual em 1986 após triunfar numa campanha marcada inicialmente pela polarização entre Antônio Ermírio de Moraes e Paulo Maluf.[6][7][8]
Para vice-governador foi eleito Almino Afonso, advogado formado na Universidade de São Paulo e nascido em Humaitá. Eleito deputado federal pelo Amazonas em 1958 e 1962, foi ministro do Trabalho no Governo João Goulart e por isso foi cassado e exilado pelos militares sob a égide do Ato Institucional Número Um. Após viver em diferentes países da América do Sul voltou ao Brasil em 1976 e após três anos ingressou no MDB.[9] Voltou à política como candidato a senador numa sublegenda do PMDB em 1982 e ao fim da apuração foi reposicionado como primeiro suplente de Severo Gomes e no ano seguinte foi nomeado secretário dos Negócios Metropolitanos do governo Franco Montoro.[10]
A votação dada à chapa majoritária do PMDB permitiu que ele conquistasse vinte e oito cadeiras (47%) em disputa para deputado federal e trinta e sete (44%) para deputado estadual, números que só não foram maiores diante da recusa do partido em fazer coligações. Dentre os deputados federais eleitos estavam Ulysses Guimarães, que na legislatura empossada em 1º de fevereiro de 1987 acumulou a presidência do PMDB, da Câmara dos Deputados e da Assembleia Nacional Constituinte responsável pela Constituição de 1988 e ocupou a presidência da República como substituto constitucional de José Sarney. Entretanto a condição de deputado federal mais votado em todo o país ficou dividida entre Luiz Inácio Lula da Silva, em termos de votação nominal, e Ottomar Pinto, pelo critério proporcional, este último eleito em Roraima.[1]
Embora comandasse politicamente o estado, o governador Orestes Quércia enfrentou uma dissidência que resultou na criação do PSDB, partido de Franco Montoro, Fernando Henrique Cardoso e de três futuros governadores: Mário Covas, Geraldo Alckmin e José Serra. Com isso houve uma separação formal entre o quercismo e seus rivais internos.[11]