Eleições estaduais em São Paulo em 1974
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As eleições estaduais em São Paulo em 1974 ocorreram em duas etapas conforme previa o Ato Institucional Número Três[1] e assim a eleição indireta do governador Paulo Egídio Martins e do vice-governador Ferreira Filho foi em 3 de outubro e a escolha do senador Orestes Quércia, 46 deputados federais e 70 estaduais ocorreu em 15 de novembro sob um ritual aplicado aos 22 estados e aos territórios federais do Amapá, Rondônia e Roraima. Os eleitores paulistas residentes no Distrito Federal escolheram seus representantes para o Congresso Nacional graças à Lei n.º 6.091 de 15 de agosto de 1974.[2][3][4][nota 1][nota 2]
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Eleições estaduais em São Paulo em 1974 | ||||
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3 de outubro de 1974 (Eleição indireta) 15 de novembro de 1974 (Eleição direta) | ||||
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Candidato | Paulo Egídio Martins
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Partido | ARENA
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Natural de | São Paulo, SP
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Vice | Ferreira Filho | |||
Votos | 52 | |||
Porcentagem | 82,54% | |||
Titular Eleito | ||||
Para governador foi escolhido Paulo Egídio Martins, nascido na cidade de São Paulo e formado em Engenharia Civil em 1951 na Universidade Federal do Rio de Janeiro. Em seus tempos de líder estudantil foi presidente da União Metropolitana dos Estudantes por duas vezes a partir de 1948 e em sua gestão foi inaugurado o Restaurante Calabouço e durante a passagem de Olavo Jardim Campos pela presidência da União Nacional dos Estudantes compôs a diretoria da entidade. Após trabalhar na construção da Estrada de Ferro Central do Paraná foi nomeado superintendente de engenharia da Byington & Companhia em 1953 e passou a integrar o Instituto de Engenharia de São Paulo antes de deixar sua antiga firma para trabalhar na Alcoa do Brasil S/A. Simpático ao Regime Militar de 1964 foi derrotado por José Vicente de Faria Lima ao disputar a prefeitura de São Paulo em 1965 e com o bipartidarismo trocou a UDN pela ARENA e foi ministro da Indústria e Comércio no governo Castelo Branco. De volta à iniciativa privada chegou a trabalhar no Banco Comind até ser indicado para o Palácio dos Bandeirantes pelo presidente Ernesto Geisel.[5][6]
Compondo sua chapa como vice-governador estava o advogado Manoel Gonçalves Ferreira Filho, professor da Universidade de São Paulo e outrora assessor de Alfredo Buzaid no Ministério da Justiça no governo Emílio Garrastazu Médici e na passagem de Laudo Natel pelo executivo paulista foi Secretário de Administração e depois Secretário de Justiça. No dia da eleição a chapa oficial recebeu cinquenta e dois votos enquanto o MDB dividiu-se entre onze abstenções e quatro ausências.[7] No dia da eleição estiveram no Palácio 9 de Julho o vice-governador Rodrigues Filho, o senador Orlando Zancaner e o ex-governador Abreu Sodré enquanto o senador Carvalho Pinto foi representado pelo deputado federal Aldo Lupo.
Na eleição para senador houve um final diverso do esperado pela reversão do favoritismo de Carvalho Pinto que tentava a reeleição e assim a vitória coube a Orestes Quércia. Nascido em Pedregulho e radicado em Campinas ele formou-se advogado pela Pontifícia Universidade Católica e trabalhou como jornalista, administrador de empresas e empresário. Sua vida política começou no PL ao se eleger vereador de Campinas em 1962 e durante o Regime Militar de 1964 entrou no MDB elegendo-se deputado estadual em 1966 e prefeito de Campinas em 1968.[8] Vitorioso, ele comporia a bancada paulista ao lado de Franco Montoro e Orlando Zancaner[nota 3] estabelecendo um recorde na votação para senador que em números absolutos seria batido apenas em 1986 por Mário Covas.