Classe Richelieu
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A Classe Richelieu foi uma classe de couraçados operada pela Marinha Nacional Francesa, composta pelo Richelieu, Jean Bart, Clemenceau e Gascogne. As duas primeiras embarcações foram encomendadas em 1935 em resposta à Classe Littorio, da Itália. O projeto foi baseado na predecessora Classe Dunkerque, porém aumentado para acomodar os mais poderosos canhões de 380 milímetros e a blindagem necessária para protegê-los de armas do mesmo tamanho. Os navios precisavam ficar dentro do limite de deslocamento imposto pelo Tratado Naval de Washington, assim tiveram o mesmo arranjo da bateria principal colocado na Classe Dunkerque: duas torres de artilharia quádruplas na frente da superestrutura. A Classe Richelieu também incorporou novas caldeiras mais compactas que permitiram um casco menor e menos blindagem para alcançarem a velocidade máxima desejada. A Alemanha encomendou os couraçados da Classe Bismarck em 1936, fazendo com que a França encomendasse mais dois membros da Classe Richelieu, porém com projetos modificados. O Clemenceau receberia baterias secundária e antiaérea modificadas, enquanto o Gascogne teria uma de suas torres de artilharia transferida para a popa, além de outras mudanças.
Classe Richelieu | |
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O Richelieu, a primeira embarcação da classe | |
Visão geral França | |
Operador(es) | Marinha Nacional Francesa Forças Navais Francesas Livres |
Construtor(es) | Arsenal de Brest Chantiers de Penhoët |
Predecessora | Classe Dunkerque |
Sucessora | Classe Alsace |
Período de construção | 1935–1955 |
Em serviço | 1940–1970 |
Planejados | 4 |
Construídos | 2 |
Cancelados | 2 |
Características gerais (como projetados) | |
Tipo | Couraçado |
Deslocamento | 44 698 t (carregado) |
Comprimento | 247,9 m |
Boca | 33 m |
Calado | 9,9 m |
Propulsão | 4 hélices 4 turbinas a vapor 6 caldeiras |
Velocidade | 32 nós (59 km/h) |
Autonomia | 6 950 milhas náuticas a 16 nós (12 870 km a 30 km/h) |
Armamento | 8 canhões de 380 mm 9 canhões de 152 mm 12 canhões de 100 mm 8 canhões de 37 mm 20 metralhadoras de 13 mm |
Blindagem | Cinturão: 177 a 327 mm Convés: 40 a 170 mm Torres de artilharia: 140 a 430 mm Torre de comando: 170 a 340 mm |
Aeronaves | 4 hidroaviões Loire 130 |
Tripulação | 1 569 |
Características gerais (após modificações) | |
Deslocamento | 47 728 a 49 196 t (carregado) |
Calado | 10,7 a 10,9 m |
Armamento | 8 canhões de 380 mm 9 canhões de 152 mm 12 canhões de 100 mm 28 canhões de 57 mm 56 canhões de 40 mm 50 canhões de 20 mm |
Tripulação | 1 930 a 2 220 |
Nenhum dos membros da classe estava pronto quando a Segunda Guerra Mundial começou em setembro de 1939. O Richelieu foi finalizado alguns dias antes da derrota francesa na Batalha da França, enquanto o Jean Bart foi rapidamente preparado para navegar durante a campanha. Ambas as embarcações fugiram para as colônias francesas na África: Richelieu para Dacar e o Jean Bart para Casablanca. Os trabalhos no Clemenceau e no Gascogne foram paralisados depois dos alemães terem ocupado a França. O Richelieu foi atacado e danificado duas vezes em julho e setembro de 1940 por forças britânicas que queriam afundá-lo ou coagi-lo a deserdar para a França Livre, já o Jean Bart foi danificado em novembro de 1942 por forças norte-americanas durante a Operação Tocha. As colônias francesas logo em seguida passaram para o lado dos Aliados e o Richelieu foi para os Estados Unidos a fim de passar por reparos e modernizações, mas o Jean Bart foi deixado incompleto. O Richelieu serviu com a Frota Doméstica britânica no início de 1944 e depois foi transferido para a Frota do Extremo Oriente, participando de várias operações contra forças japonesas no Oceano Índico. Ele esteve presente na rendição japonesa de Singapura no final da guerra em 1945.
O Richelieu, depois da guerra, participou da campanha que tinha o objetivo de restaurar o controle colonial francês na Indochina Francesa, retornando então para a França, onde pouco fez até o início da década de 1950. A Marinha Nacional, durante esse período, discutiu propostas para finalizar o Jean Bart como um couraçado ou convertê-lo em um porta-aviões, por fim escolhendo a primeira opção. Ele entrou em serviço em 1955 e participou da intervenção francesa na Crise de Suez em novembro de 1956. Entretanto, sua carreira ativa foi curta e ele foi colocado na reserva em 1957. Ambos foram usados como embarcações de treinamento e alojamentos flutuantes até a década de 1960; o Richelieu acabou vendido para desmontagem em 1968, com o Jean Bart tendo o mesmo destino em 1970.