Vertigem posicional paroxística benigna
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Vertigem posicional paroxística benigna (VPPB) é um distúrbio decorrente de um problema no ouvido interno.[1] Seus sintomas são episódios repentinos de vertigem (tontura rotatória), algumas vezes acompanhadas de náuseas e geralmente desencadeados por mudanças de posição da cabeça.[2][3]. As posições mais comuns que desencadeiam os sintomas são deitar ou levantar da cama, girar de lado na cama ou inclinar a cabeça para cima. Esses episódios duram geralmente menos de um minuto.[1][4] A VPPB é uma das causas mais comuns de vertigem.[2][5]
Vertigem posicional paroxística benigna | |
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Labirinto externo | |
Especialidade | otorrinolaringologia |
Frequência | 2.4% |
Classificação e recursos externos | |
CID-10 | H81.1 |
CID-9 | 386.11 |
CID-11 | 1300772836 |
OMIM | 193007 |
DiseasesDB | 1344 |
MedlinePlus | 001420 |
eMedicine | ent/761 emerg/57 neuro/411 |
MeSH | D014717 |
Leia o aviso médico |
A vertigem e os demais sintomas da VPPB são atribuídos ao deslocamento anormal das partículas de otólitos provenientes da mácula do utrículo, que excitam a ampola de um ou mais canais semicirculares, transformando-os em órgãos sensíveis à gravidade. Esta disfunção ocorre de forma idiopática em muitos pacientes, mas pode ser secundária ao envelhecimento do sistema vestibular, ao traumatismo da orelha interna, a doenças otológicas, à labirintite, à neurite vestibular, à insuficiência circulatória na distribuição da artéria vestibular anterior, ao uso de medicamentos ototóxicos, à hidropisia endolinfática, à migrânea, entre outras causas.[6] É um tipo de distúrbio do equilíbrio, juntamente com a labirintite e a doença de Ménière.[1] O diagnóstico é sempre confirmado pelo teste de Dix-Hallpike, uma manobra que, nesses pacientes, irá desencadear um nistagmo evidente, com latência e de curta duração.[7] Em casos típicos não é necessário a realização de exames de imagem.[2]
A VPPB é muitas vezes tratada com uma série de movimentos simples, como a manobra de Epley ou os exercícios de Brandt-Daroff.[1][8][9][10] Medicamentos podem ser indicados para as náuseas.[4] A betaistina também é eficaz no controle da vertigem, mas a sua utilização geralmente não é necessária.[2][11] A VPPB não é uma condição grave e o quadro normalmente é revertido em uma a duas semanas. Entretanto, ela pode ser recorrente em alguns indivíduos.[4]
A primeira descrição médica da VPPB foi feita em 1921, por Robert Bárány. Cerca de 2,4% da população mundial é afetada por essa condição em algum momento da vida, sendo que a ocorrência em mulheres é duas vezes maior que em homens.[2][4] Entre indivíduos que chegam aos 80 anos, 10% são afetados.[5]