Tâmeis
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Os tâmeis,[9] tâmiles,[9] tâmis[9] ou tâmules[9] (em tâmil: தமிழர், transl. tamiḻar) são um grupo étnico nativo de Tâmil Nadu, um estado da Índia, e da região nordeste do Sri Lanka. Eles falam predominantemente o tâmil, e têm uma história registrada que data em cerca de dois milênios.[10] Comunidades de imigrantes tâmeis podem ser encontradas por todo o mundo.
Tâmeis தமிழர் | ||||||||||||||||||
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Típica família tâmil | ||||||||||||||||||
População total | ||||||||||||||||||
77 000 000[1] | ||||||||||||||||||
Regiões com população significativa | ||||||||||||||||||
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Línguas | ||||||||||||||||||
Tâmil | ||||||||||||||||||
Religiões | ||||||||||||||||||
Predominantemente hinduísmo, com minorias cristãs, islâmicas e jainistas | ||||||||||||||||||
Grupos étnicos relacionados | ||||||||||||||||||
Dravidianos · giraavarus[7] · cingaleses[8] |
Os tâmeis são maioritariamente hinduístas, com consideráveis populações cristãs e muçulmanas, enquanto os tâmeis jainistas formam uma minoria reduzida. Os tâmeis constituem 5,9% da população da Índia (concentrando-se principalmente em Tâmil Nadu), 15% da população do Sri Lanka, 6% da população de Maurícia,[11] 7% da população da Malásia e 5% da população de Singapura. Os tâmeis têm uma população de aproximadamente 76.000.000 de pessoas, uma história documentada que remonta a 2.000 anos atrás, e são um dos maiores e mais antigos grupos etnolinguísticos existentes hoje no mundo.[12]
Do século IV a.C. em diante,[13] a urbanização e a atividade mercantil ao longo das costas leste e oeste do que são hoje Querala e Tâmil Nadulevaram ao desenvolvimento de quatro grandes estados tâmeis (dinastia cheras, império Chola, império Pandia e Palava) e vários estados menores, onde todos lutavam entre si em busca da supremacia. O reino de Jafanapatão, habitado por tâmeis do Sri Lanka, era um dos mais poderosos reinos do Sri Lanka, e controlava grande parte do norte da ilha.[14][15]
Os tâmeis eram conhecidos por sua influência sobre o comércio regional no Oceano Índico. Artefatos marcam a presença de comerciantes romanos, mostrando o comércio direto entre Roma e o sul da Índia. Há registros de que os pândias enviaram ao menos duas embaixadas diretamente para o imperador Augusto, em Roma. Os pandias e os cholas foram historicamente ativos no Sri Lanka. A dinastia chola invadiu com sucesso várias áreas no sudeste da Ásia, incluindo o poderoso império Serivijaia na Malásia e a cidade-estado malaia de Quedá.[16] Guildas tâmeis medievais e organizações comerciais como Ayyavole e Manigramam tiveram um importante papel nas redes de comércio do sudeste da Ásia.[17] Comerciantes e líderes religiosos pallavas viajaram para o sudeste da Ásia e tiveram um importante papel na indianização cultural da região. Escrituras levadas por comerciantes tâmeis para o sudeste da Ásia, particularmente as em escrita grantha ou pallava, levaram ao desenvolvimento de diversos alfabetos do sudeste da Ásia, como o alfabeto khmer cambojano, a escrita kawi javanesa, a escrita baybayin no Tagalo e o alfabeto tailandês.
A língua tâmil é uma das línguas clássicas com vida mais longa,[18] com uma história que remonta a 300 a.C. A literatura tâmil é dominada pela poesia, especialmente a literatura Sangam, que é composta por poemas feitos entre 300 a.C. e 300 d.C. O mais importante autor tâmil foi o poeta e filósofo Tiruvalluvar, que escreveu o Tirukkuṛaḷ, um grupo de tratados sobre ética, política, amor e moralidade, considerado amplamente a maior obra da literatura tâmil.[19] A arte visual tâmil é dominada pela arquitetura dravídica e pela produção de estátuas de divindades em pedra e bronze. As estátuas em bronze cholas, especialmente as Nataraja, se tornaram famosos símbolos do hinduísmo. Os destaques das artes cênicas tâmeis são sua dança clássica (Bharatanatyam) e sua dança popular (Koothu). A música clássica tâmil é dominada pela música carnática e pelos gêneros populares gaana e dappan koothu.
Embora a maioria dos tâmeis sejam hindus, muitos deles, especialmente os da zona rural, praticam a chamada religião popular dravídica, venerando uma enorme variedade de divindades das vilas. Muitos tâmeis são muçulmanos ou cristãos. Uma pequena comunidade jainista sobrevive desde os tempos clássicos. A cozinha tâmil possui vários itens vegetarianos e não-vegetarianos, além de vários temperos locais. A música tâmil antiga, a arquitetura de templos e as esculturas estilizadas continuam a ser aprendidas e praticadas. O historiador e radialista inglês Michael Wood chamou os tâmeis de a mais antiga civilização clássica ainda existente na Terra, já que os tâmeis preservaram elementos substanciais do seu passado relacionados às suas crenças, cultura, música e literatura, mesmo com