Transtorno de personalidade borderline
padrão de comportamento caracterizado por instabilidade nos relacionamentos interpessoais, instabilidade na imagem de si próprio e instabilidade emotiva / De Wikipedia, a enciclopédia encyclopedia
Perturbação borderline da personalidade (PBP) (português europeu) ou transtorno da personalidade borderline (TPB) (português brasileiro) ou ainda transtorno de personalidade limítrofe é um padrão de comportamento anormal caracterizado por instabilidade nos relacionamentos interpessoais, instabilidade na imagem de si próprio e instabilidade emotiva.[4][5] Em muitos casos observa-se comportamentos de risco e autolesão.[4] A pessoa pode também debater-se com uma sensação de vazio e medo intenso de abandono emocional.[4] Os sintomas podem ser desencadeados por eventos aparentemente normais.[4] O comportamento tem geralmente início no começo da idade adulta e ocorre em diferentes contextos.[5] Em muitos casos a condição está associada a outras perturbações, como abuso de substâncias, depressão e perturbações alimentares.[4] Até 10% das pessoas afetadas morrem por suicídio.[4][5]
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Perturbação borderline da personalidade Transtorno da Personalidade Borderline | |
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Idealização em The Brooch. Eva Mudocci (Edvard Munch, 1903)[1] | |
Sinónimos | Patologia borderline da personalidade (CID-10), perturbação/transtorno da personalidade emocionalmente instável – tipo impulsivo ou borderline[2] Emotional intensity disorder[3] |
Especialidade | Psiquiatria, psicologia |
Sintomas | Instabilidade nos relacionamentos, na imagem de si próprio e nas emoções; autolesão[4][5] |
Complicações | Suicídio[4] |
Início habitual | Jovem adulto[5] |
Duração | Crónica[4] |
Causas | Pouco claras[6] |
Fatores de risco | Antecedentes familiares,[4] abuso infantil[7] |
Método de diagnóstico | Baseado nos sintomas[4] |
Condições semelhantes | Perturbações de identidade, perturbações do humor, perturbações por uso de substâncias[5] |
Tratamento | Psicoterapia[4] |
Prognóstico | Melhoria gradual[5] |
Frequência | 1,6%[4] |
Classificação e recursos externos | |
CID-10 | F60.3 |
CID-9 | 301.83 |
CID-11 | 189289487 |
MedlinePlus | 000935 |
eMedicine | article/913575 |
MeSH | D001883 |
Leia o aviso médico |
Embora as causas de TPB não sejam totalmente aparentes, aparentam envolver fatores genéticos, ambientais, sociais e ao nível do cérebro.[4][6] A condição é cinco vezes mais comum em pessoas com um parente próximo também com a condição.[4] A ocorrência de adversidades na vida pessoal aparenta ter influência.[7] O mecanismo subjacente aparenta envolver a rede fotolímica de neurónios.[7] O Manual de Diagnóstico e Estatística das Perturbações Mentais (DSM) classifica a PBP como perturbação da personalidade, a par de outras nove perturbações do mesmo tipo.[5] O diagnóstico tem por base os sintomas, podendo ser realizados outros exames para descartar outras causas.[4] A condição deve ser diferenciada de uma perturbação de identidade ou perturbação por uso de substâncias, entre outras possibilidades.[5]
A condição é geralmente tratada com psicoterapia, sobretudo terapia comportamental.[4] A terapia comportamental dialética pode diminuir o risco de suicídio.[4] A terapia pode ser individual ou em grupo.[4] Embora os medicamentos não curem a PBP, podem ser usados para aliviar os sintomas associados.[4] Alguns casos requerem tratamento hospitalar.[4] Até metade das pessoas melhora no prazo de dez anos.[5]
A condição afeta 1,6% em dado ano.[4] O diagnóstico da condição é três vezes mais comum entre mulheres do que entre homens, e aparenta ser menos comum entre pessoas mais idosas.[5] A doença tem um elevado custo económico.[5] Existe atualmente um debate sobre a nomenclatura da condição, em particular sobre o uso do termo "borderline".[4] A condição é muitas vezes estigmatizada tanto na comunicação social como na própria psiquiatria.[8]