Síndrome de Asperger
perturbação do neurodesenvolvimento que faz parte do transtorno do espectro autista / De Wikipedia, a enciclopédia encyclopedia
Síndrome de Asperger (SA) é, desde 2013, uma subcategoria do Transtorno do Espectro Autista (TEA) em seu grau de necessidade de suporte mais baixo (1), é um transtorno de neurodesenvolvimento caracterizado por alterações significativas no nível dos relacionamentos sociais e comunicação não verbal, a par de interesses e padrões de comportamento restritos e repetitivos.[2] Embora não sejam sinais determinantes para o diagnóstico, a descoordenação física e formas particulares de linguagem são comuns.[5][6] Os sinais geralmente começam a manifestar-se antes dos dois anos de idade e não existe cura ou tratamento, pois é uma condição e não uma doença.
Síndrome de Asperger | |
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Interesses limitados ou comportamentos repetitivos podem ser características de Asperger. | |
Sinónimos | Asperger, Perturbação de Asperger, Transtorno de Asperger, perturbação esquizóide da infância[1][1] |
Especialidade | Psiquiatria |
Sintomas | Dificuldade com as interações sociais, interesses limitados e comportamento repetitivo[2] |
Início habitual | Antes dos dois anos de idade[2] |
Duração | Crónica[2] |
Causas | Desconhecidas[2] |
Tratamento | Melhoria das competências sociais, terapia cognitivo-comportamental, fisioterapia, terapia da fala, formação dos pais[3] |
Medicação | Para as condições associadas[3] |
Frequência | 37,2 milhões (2015)[4] |
Classificação e recursos externos | |
CID-10 | F84.5 |
CID-11 | 366940030 |
OMIM | 608638, 608631, 608781, 609954 |
DiseasesDB | 31268 |
MedlinePlus | 001549 |
eMedicine | 912296 |
MeSH | D020817 |
Leia o aviso médico |
Desconhecem-se as causas exatas da síndrome de Asperger.[2] Embora possa ser parcialmente hereditária, ainda não se determinou de forma conclusiva quais são os mecanismos genéticos subjacentes.[5][7] Pensa-se que os fatores ambientais tenham igualmente influência.[2] A neuroimagiologia não demonstra haver um problema fisiopatológico comum.[5] Em 2013, o diagnóstico de Asperger foi retirado da 5ª edição do Manual de Diagnóstico e Estatística das Perturbações Mentais (DSM-V). Atualmente, estes sintomas estão incluídos nas perturbações do espectro autista, a par do autismo e perturbação global do desenvolvimento sem outra especificação (PGD-SOE).[2][8] O nome Asperger continuava a fazer parte da 10ª edição da Classificação Internacional de Doenças (CID-10),[9] já tendo sido sido retirado no CID-11.
Não existe um tratamento único e existem poucas evidências a apoiar a eficácia de intervenções específicas.[5] O tratamento destina-se a melhorar as competências de comunicação e a corrigir as rotinas obsessivas ou repetitivas e a descoordenação física.[3] Entre as possíveis intervenções estão o treino em competências sociais, a terapia cognitivo-comportamental, a fisioterapia, a terapia da fala, a formação dos pais e a administração de medicamentos para os problemas associados, como perturbações do humor ou ansiedade.[3] Verificam-se melhorias na maior parte das crianças à medida que vão crescendo, embora a dificuldade em socializar e comunicar geralmente persista.[10] Alguns investigadores e pessoas envolvidas no espectro autista têm vindo a defender uma mudança de atitude em relação ao transtorno, sublinhando que o espectro autista é uma diferença natural humana, e não uma doença que deve ser tratada ou curada.[11][12]
Estima-se que em 2015 a síndrome de Asperger afetasse 37,2 milhões de pessoas em todo o mundo.[4] A síndrome é assim denominada em referência ao pediatra nazista austríaco Hans Asperger, que em 1944 descreveu as crianças no seu consultório a quem faltavam competências de comunicação não verbal, com limitações em compreender os sentimentos dos outros e com descoordenação física.[13] A concepção atual da síndrome de Asperger foi estabelecida em 1981, data a partir da qual se tem vindo a popularizar.[14][15][16] No início da década de 1990 que surgiram os primeiros critérios de diagnóstico normalizados.[17] No entanto, continuam em aberto várias questões e controvérsias em relação a alguns aspetos do transtorno.[10]