Síndrome das pernas inquietas
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A síndrome das pernas inquietas (SPI) é uma doença crónica que causa uma vontade irresistível de mover as pernas.[2][7] Os doentes geralmente referem uma sensação de desconforto não doloroso nas pernas, que melhora ligeiramente ao movê-las.[2] Esta sensação é muitas vezes descrita como "agonia nas pernas", "comichão nos ossos", "alfinetadas", "insetos caminhando pelas pernas" ou "pernas que querem dançar sozinhas".[2][8] Em alguns casos afeta também os braços.[2] A sensação desagradável geralmente manifesta-se em repouso, o que causa perturbações de sono.[2] Estas perturbações podem por sua vez causar sonolência diurna, falta de energia, irritabilidade e humor depressivo.[2] Em muitos casos, a pessoa apresenta também perturbação dos movimentos periódicos dos membros.[9]
Síndrome das pernas inquietas | |
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Padrão de sono de pessoa com síndrome das pernas inquietas (vermelho) e de pessoa com padrão de sono saudável (azul). | |
Sinónimos | Doença de Willis–Ekbom,[1] síndrome de Wittmaack–Ekbom |
Especialidade | Medicina do sono |
Sintomas | Sensação desagradável nas pernas que melhora por breves instantes ao movê-las[2] |
Complicações | Sonolência diurna, falta de energia, irritabilidade, humor depressivo[2] |
Início habitual | Mais comum à medida que a idade avança[3] |
Fatores de risco | Deficiência de ferro, insuficiência renal, doença de Parkinson, diabetes, artrite reumatoide, gravidez, alguns medicamentos[2][4][5] |
Método de diagnóstico | Baseado nos sintomas após exclusão de outras possíveis causas[6] |
Tratamento | Modificações no estilo de vida, medicação[2] |
Medicação | Levodopa, agonistas de dopamina, gabapentina[4] |
Frequência | 2,5–15% (EUA)[4] |
Classificação e recursos externos | |
CID-10 | G25.81 |
CID-9 | 333.94, 333.99 |
CID-11 | 1254916765 |
OMIM | 102300 |
DiseasesDB | 29476 |
MedlinePlus | 000807 |
eMedicine | 1188327 |
MeSH | D012148 |
Leia o aviso médico |
Entre os fatores de risco para a síndrome das pernas inquietas estão a deficiência de ferro, insuficiência renal, doença de Parkinson, diabetes, artrite reumatoide e uma gravidez.[2][4] A doença pode também ser espoletada por uma série de medicamentos, entre os quais antidepressivos, antipsicóticos, anti-histamínicos e bloqueadores dos canais de cálcio.[5] Existem dois principais tipos de SPI: primário e secundário.[2] O tipo primário tem início antes dos 45 anos, é hereditário e agrava-se ao longo do tempo.[2] O tipo secundário tem início após os 45 anos, é de início súbito, mas não se agrava.[2] O diagnóstico geralmente baseia-se nos sintomas após excluir outras potenciais causas.[6]
Nos casos em que existe uma causa subjacente, o seu tratamento pode fazer com que a síndrome se resolva por si própria.[10] Nos restantes casos, o tratamento consiste em modificações no estilo de vida e medicação.[2] Entre as modificações no estilo de vida que podem ajudar estão deixar de consumir álcool, deixar de fumar e medidas de higiene do sono.[10] Entre os medicamentos usados estão a levodopa ou agonistas de dopamina como o pramipexol.[4] Estima-se que nos Estados Unidos a SPI afete entre 2,5 e 15% da população.[4] A doença é mais comum entre mulheres e torna-se mais comum à medida que a idade avança.[3][1]