São Martinho dos Tigres
é uma cidade fantasma e comuna angolana / De Wikipedia, a enciclopédia encyclopedia
São Martinho dos Tigres, por vezes chamada simplesmente como Vila da Baía dos Tigres, é uma cidade fantasma no sul de Angola, localizada ilha dos Tigres, atualmente separada do continente pelo estreito dos Tigres.[1] Para efeitos legais também é uma comuna do município de Tômbua, na província do Namibe.[2]
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Comuna angolana | ||
Capela de São Martinho dos Tigres, ao centro, com a inscrição Hic Domvs Dei (Esta é a casa de Deus); ao fundo, à esquerda, a torre de água do sul. | ||
Localização | ||
Localização de São Martinho dos Tigres em Angola | ||
Coordenadas | 16° 36' S 11° 43' 20" E | |
Município | Tômbua | |
Província | Namibe | |
País | Angola |
Foi fundada, em 1860, como um empreendimento modelo de colonização, com vistas a servir como polo populacional e econômico numa das zonas mais inóspitas do deserto do Namibe. O governo colonial português destacou muitos algarvios com grande experiência na pesca marítima para fundar o povoado de São Martinho dos Tigres, na até então baía dos Tigres.[3]
O vilarejo detinha certa infraestrutura, tendo tornado-se o maior polo pesqueiro angolano, antes da primeira metade do século XX. Porém, em 1962, fortes ondas cortaram o istmo da península dos Tigres, tornando-a a atual ilha dos Tigres. A partir daí São Martinho dos Tigres enfrentou seguidos reveses, sofrendo problemas de abastecimento de água e suprimentos em geral.[4]
Em 1975/76, dado que a maior parte de sua população tinha descendência europeia e, temendo represálias dos movimentos nacionalistas na guerra civil que estava em curso, a vila foi abandonada, nunca mais sendo povoada por longos períodos. Nas décadas de 1980 e 1990 o governo angolano tentou incentivar ondas de migração para repovoar a vila, mas não obteve êxito.[4]
Mesmo assim, a partir de 1996, o governo angolano passou a nomear de maneira figurativa o administrador comunal de São Martinho dos Tigres, elaborando um ambicioso projeto de recuperação da localidade e do valioso polo pesqueiro.[5] A União Europeia chegou a sinalizar apoio, mas a recuperação da vila ainda não iniciou efetivamente. A atividade econômica que ainda se desenvolve na área é turística, graças às lendas populares que rondam sua condição de cidade fantasma.[6]
A vila dispõe de uma Base Naval de Manobra da Marinha de Guerra Angolana, sendo a única posição habitada da localidade.[7]