Sociedade Protetora dos Desvalidos
organização social brasileira / De Wikipedia, a enciclopédia encyclopedia
A Sociedade Protetora dos Desvalidos (SPD) é uma organização civil de pessoas negras no Brasil, fundada em 16 de setembro de 1832.[1] Sua criação aconteceu depois de algumas reuniões preparatórias entre um grupo de dezoito homens negros, liderados pelo africano livre Manoel Victor Serra. A entidade possuía carácter religioso e tinha o objetivo de auxiliar a comunidade negra e promover a compra de cartas de alforria, ajudando africanos escravizados e seus parentes, a adquirirem liberdade.[2]
Sociedade Protetora dos Desvalidos | |
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Fachada da sede da Sociedade Protetora dos Desvalidos, localizada no Centro Histórico de Salvador, na Bahia. | |
Lema | "Fraternidade e Caridade" |
Fundação | 16 de setembro de 1832 (191 anos) |
Sede | Salvador, Brasil |
Antigo nome | Irmandade de Nossa Senhora da Soledade Amparo dos Desvalidos |
Sítio oficial | www |
Mantém-se ativa até o tempo presente, contando, portanto, mais de 180 anos. No início, se chamou Irmandade de Nossa Senhora da Soledade Amparo dos Desvalidos.[3] A partir de 1851, passou a se chamar Sociedade Protetora dos Desvalidos, assumindo características de uma sociedade mutualista, baseada na entreajuda. Quando associados ficavam doentes, desempregados ou familiares destes viessem a falecer, a entidade era acionada como um ponto de apoio. Além disso, tratava-se de um espaço de convivência entre trabalhadores negros livres, que buscavam promoção individual e a oportunidade de um futuro melhor.[1]
Após sua fundação, os membros da organização discutiram a formulação de um termo de compromisso, estabelecendo somente a entrada de indivíduos de cor preta como sócios, critério para admissão de novos sócios conservado até hoje. Naquela época, associações semelhantes surgiam em todo o país em consequência a falta de uma legislação trabalhista e previdenciária que acolhesse estes indivíduos.[1]
A sede está instalada em um prédio próprio no Largo Cruzeiro de São Francisco, número 82, em Salvador, desde 1887.[3]
Turistas que visitam os estabelecimentos da associação podem conferir livros, atas, retratos, e outros registros do tempo da escravidão. No local, pode-se ainda ver e tocar no pilão de moer café (e outros grãos), além de um tacho onde se colocava a comida para o almoço ou jantar coletivo na senzala.[4]
O lema da sociedade é "Fraternidade e Caridade".[4]