Sistema nervoso entérico
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O Sistema Nervoso Entérico (SNE) é constituído por neurônios e células gliais comumente agrupadas e envolvidas por tecido conjuntivo propriamente dito, formando estruturas denominadas de gânglios entéricos que se conectam por meio de fibras nervosas. Essas estruturas estão localizados na parede do tubo gastrointestinal (segundo terço do esôfago, em todo o estômago, intestino grosso e delgado), além de estar presente no pâncreas e na vesícula biliar. Essa organização entre os gânglios as projeções de fibras nervosas formam plexos ganglionados ou não ganglionados (que são nada mais do que redes) interligando células gliais entéricas e neurônios, neurônios interganglionares (de gânglios diferentes e distantes entre si) ou as fibras, contendo axônios neurais, também podem inervar outras células ou tecidos do sistema digestório. A maioria das células nervosas presentes no SNE está localizada em dois plexos ganglionados: mioentérico e submucoso. [1][2][3]
O trato digestório é composto por um tubo oco com quatro camadas: mucosa, submucosa, muscular e serosa. A camada em contato com o lúmen intestinal (interior do órgão) é a mucosa, formada pelo epitélio da mucosa, lâmina própria e muscular da mucosa, sendo esta última a subcamada que separa a mucosa da camada seguinte, a submucosa. Na submucosa encontra-se o plexo nervoso submucoso. Logo em seguida está a camada muscular, na qual a subcamada mais interna apresenta orientação circular e a mais externa orientação longitudinal. Entre as duas camadas musculares está o plexo nervoso mioentérico. A camada mais externa do tubo digestório é a serosa. Na porção inicial do esôfago e final do intestino grosso está presente a camada adventícia.[4]
Entre as diversas funções do SNE estão o controle da motilidade (peristaltismo), controle da secreção de ácido gástrico, regulação do movimento de fluidos através do epitélio, renovação do epitélio, interação com os sistemas imune e endócrino dos intestinos, manutenção da barreira epitelial entre o lúmen e a parede do intestino, entre outros. [2]
Há aproximadamente 400 a 600 milhões de neurônios entéricos no corpo humano, ultrapassando o total encontrado no sistema nervoso simpático e no parassimpático juntos. [2] Nele estão presentes neurônios sensoriais, interneurônios e neurônios motores, sendo estes inibitórios (inibem a contração das camadas de músculo liso da parede do digestório) e excitatórios (ativam a contração das camadas de músculo liso da parede do digestório). [5]
No SNE, células nervosas intrínsecas (presentes na parede do trato gastrointestinal) se conectam a células nervosas extrínsecas (vindas do Sistema Nervoso Central (SNC) e formam uma rica ligação entre o SNE e o SNC, mantendo um fluxo de informações. Entretanto, em razão da sua complexidade e quantidade de células nervosas, o SNE é capaz de comandar funções do sistema digestório sem depender muito de comandos provenientes do SNC, conferindo ao SNE certa independência. [1]