Sacrifício humano na cultura asteca
rito asteca / De Wikipedia, a enciclopédia encyclopedia
O sacrifício humano na cultura asteca era visto como uma missão ao deuses, enquanto povo escolhido pelo seu deus Huizilopochtli. Os guerreiros entregavam os prisioneiros aos sacerdotes, os quais executavam os vencidos no sacrifício ritual e então o deus era apaziguado.
Era tal a obsessão do sacrifício, que para eles as frequentes campanhas bélicas acabaram por não se dirigir à conquista de territórios, mas tornaram-se uma forma de embate ritualizado - de conflitos cerimoniais - a que se deu o nome de "Guerra Florida", com a qual era possível obter sempre novas vítimas para os sacrifícios aos deuses. O seu destino final, como acontecia com os prisioneiros mortos no templo, era a glória de acompanhar o Sol no seu caminho celestial. Esta "Guerra Florida" foi instituída no reinado de Moctezuma I, por Tlacaelel, uma espécie de grão-vizir. Com este fim, Tenochtitlán selou uma aliança tripla com o Estado Acolhua de Texcoco (do outro lado do lago) e com o pequeno Estado de Tlacopán, numa luta permanente contra os Estados de língua nahualt de Tlaxcala e Huexotzingo. A finalidade de ambos os lados era simplesmente ganhar cativos para serem sacrificados.
Em 1519, exploradores como Hernán Cortés conquistaram a capital asteca de Tenochtitlán e fizeram observações e escreveram relatórios sobre a prática do sacrifício humano. Bernal Díaz del Castillo, que participou da expedição de Cortés, fez menções frequentes ao sacrifício humano em suas memórias História Verdadeira da Conquista da Nova Espanha.[1][2] Existem vários relatos de segunda mão sobre sacrifícios humanos escritos por frades espanhóis, que se relacionam com depoimentos de testemunhas oculares nativas. Os relatos literários foram apoiados por pesquisas arqueológicas.
Desde o final da década de 1970, as escavações das oferendas na Grande Pirâmide de Tenochtitlán e em outros sítios arqueológicos forneceram evidências físicas de sacrifícios humanos entre os povos mesoamericanos.[3] Em 2020, os arqueólogos encontraram 603 crânios humanos em Hueyi Tzompantli, na zona arqueológica do Templo Mayor.[4][5]
Uma grande variedade de interpretações da prática asteca de sacrifício humano foi proposta por estudiosos modernos. Muitos estudiosos acreditam agora que o sacrifício humano asteca, especialmente durante tempos difíceis como pandemias ou outras crises, foi realizado em homenagem aos deuses. A maioria dos estudiosos da civilização pré-colombiana vê o sacrifício humano entre os astecas como parte da longa tradição cultural de sacrifício humano na Mesoamérica.