Revitalização
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No contexto de urbanismo e planejamento urbano, revitalização, reabilitação ou, mais recentemente, requalificação, são termos aproximadamente equivalentes que se referem a processos de reconversão de espaços urbanos abandonados, subutilizados ou degradados mediante a recuperação de antigos (ou a criação de novos) usos e atributos urbanísticos ou naturais.
A expressão requalificação urbana se difunde a partir do final dos anos 1980[1] para designar tanto renovação (intervenção sobre um espaço urbano, com substituição parcial ou total do patrimônio urbanístico e imobiliário), como reestruturação (introdução de novos elementos estruturantes, tais como eixos viários) ou reabilitação de áreas urbanas.[2] Grosso modo, todos esses conceitos podem ser considerados como descendentes das intervenções higienistas do século XIX - das quais o plano de Haussmann para a cidade de Paris é o caso paradigmático.
Processos de requalificação de áreas centrais degradadas têm, em geral, como objetivo principal declarado, incrementar a densidade de ocupação, de modo a promover a reutilização (ou a plena utilização) da infraestrutura e equipamentos urbanos já existentes. Eventualmente, objetivos colaterais (melhoria da qualidade de vida na cidade, sustentabilidade ambiental, aumento da coesão social, etc.) podem ser também citados . O grau de complexidade dessas intervenções pode variar. Em qualquer caso, costuma-se recorrer ao planejamento integrado, para compatibilizar as diferentes interesses e demandas de usos - atividades produtivas, habitação, lazer, circulação e assim por diante - dos espaços 'renovados' ou 'requalificados'.
No entanto, processos de revitalização - à parte a eventual valorização ambiental ou melhoria do desempenho das funções urbanas - também geram, quase sempre, um impacto significativo sobre o valor dos imóveis, com a consequente substituição da população original, no todo ou em grande parte, voluntariamente ou manu militari. Portanto, esses processos também são dotados de uma dimensão social e política não desprezível que usualmente se expressa em disputas mais ou menos acirradas de poder entre os diferentes grupos de interesse envolvidos (população original, poder público, empresas interessadas etc.).