Princípio antrópico
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O princípio antrópico, também conhecido como "efeito de seleção de observação",[1] é a hipótese, proposta pela primeira vez em 1957 por Robert Dicke, de que a gama de possíveis observações que poderíamos fazer sobre o universo é limitada pelo fato de que as observações só poderiam acontecer em um universo capaz de desenvolver vida inteligente em primeiro lugar.[2] Os proponentes do princípio antrópico argumentam que ele explica por que este universo tem a idade e as constantes físicas fundamentais necessárias para acomodar a vida consciente, pois se qualquer um deles fosse diferente, não estaríamos por perto para fazer observações. O raciocínio antrópico é frequentemente usado para lidar com a noção de que o universo parece estar bem ajustado para a existência da vida.[3]
Existem muitas formulações diferentes do princípio antrópico. O filósofo Nick Bostrom [en] os conta em trinta, mas os princípios subjacentes podem ser divididos em formas "fracas" e "fortes", dependendo dos tipos de afirmações cosmológicas que envolvem. O princípio antrópico fraco (P.A.Fr.)[lower-alpha 1], conforme definido por Brandon Carter, afirma que o ajuste fino ostensivo do universo é o resultado do viés de seleção (especificamente, o viés de sobrevivência). A maioria desses argumentos baseia-se em alguma noção do multiverso para que haja uma população estatística de universos para selecionar. No entanto, um único universo vasto é suficiente para a maioria das formas do princípio antrópico fraco (P.A.Fr.[lower-alpha 1]) que não lidam especificamente com o ajuste fino. Carter distinguiu o princípio antrópico fraco (P.A.Fr.[lower-alpha 1]) do princípio antrópico forte (P.A.Fo.)[lower-alpha 2], que considera o universo em certo sentido compelido a eventualmente ter vida consciente e sapiente emergindo dentro dele.[4][5] Uma forma deste último conhecido como princípio antrópico participativo, articulado por John Archibald Wheeler, sugere com base na mecânica quântica que o universo, como condição de sua existência, deve ser observado, implicando assim um ou mais observadores. Mais forte ainda é o princípio antrópico final, proposto por John D. Barrow e Frank Tipler, que vê a estrutura do universo como expressável por bits de informação de tal forma que o processamento da informação [en] é inevitável e eterno.[4]