Menino de Engenho
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Menino de engenho é um romance memoralístico regionalista brasileiro, e a primeira obra, de José Lins do Rego, publicado em 1932. Custeado pelo autor, o livro foi aclamado pela crítica brasileira por retratar a decadência do Nordeste canaviano[1]. Entre suas obras deposita-se e mesmo algumas vezes, vive o nordeste úmido da Paraíba, com os seus senhores de engenho, suas negras para o trabalho e amor. O escritor penetra pelo interior e amplia-se com o nordeste sertanejo dos cangaceiros, beatos, fanáticos e coronéis. Sua linguagem coloquial que invade a literatura brasileira com a força e o vigor raramente encontrados nos que antecederam o paraibano na captação da matéria regional. É pois, considerado como fundamental na história do moderno romance brasileiro.
Menino de Engenho | |
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Autor(es) | José Lins do Rego |
Idioma | Português |
País | Brasil |
Gênero | Novela |
Editora | Adersen-editores |
Lançamento | 1932 |
Páginas | 163 |
A região canavieira da Paraíba e de Pernambuco em período de transição do engenho para a usina encontrou no “ciclo da cana-de-açúcar” de José Lins do rego a sua mais alta expressão literária. Descendente de senhores de engenho, o romancista soube fundir numa linguagem de forte e poética oralidade as recordações da infância e da adolescência com o registro intenso da vida nordestina colhida por dentro(…)[2]
Essa obra estreia o que mais tarde o autor vai denominar “ciclo da cana-de-açúcar”. No qual entra as obras Menino de engenho (1932), Doidinho (1933), Banguê (1934), O Moleque Ricardo (1935), Usina (1936).
A obra Menino de engenho narra a história de Carlinhos, que ao perder sua mãe muda-se para a casa de seu avô, lugar em que toda a narrativa vai ganhando cor. Nesse espaço, o engenho, a obra nos conta a história de um menino puro que ao passar do tempo vai se tornando um menino libertino (assim o chamavam no engenho), por conhecer tão cedo a vida sexual. Dentro desse cenário, contando a história da infância de Carlinhos, o autor leva-nos a conhecer a realidade social, política e econômica daquela região nordestina.
Nesta narrativa percebemos que mesmo após a abolição dos escravos, ainda havia muitas senzalas em que as negras e os negros continuavam com o trabalho escravo para os senhores de engenho; talvez por escolha própria, ou não.
Uma obra riquíssima, em que todo o cenário nordestino é apresentado de maneira minuciosa, cheia de detalhes, que vai de encontro com a relidade de muitos nordestinos da atualidade.