Mary Anning
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Mary Anning (Lyme Regis, 21 de maio de 1799 — 9 de março de 1847[1]) foi uma paleontóloga, negociadora e coletora de fósseis inglesa.
Mary Anning | |
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Mary Anning e seu cachorro, pintados antes de 1842; o afloramento de Golden Cap pode ser visto ao fundo | |
Conhecido(a) por | coletora de fósseis e paleontóloga |
Nascimento | 21 de maio de 1799 Lyme Regis, Dorset, Inglaterra |
Morte | 9 de março de 1847 (47 anos) Lyme Regis, Dorset, Inglaterra |
Nacionalidade | inglesa |
Campo(s) | Paleontologia |
Ficou mundialmente conhecida por importantes descobertas feitas no afloramento jurássico dos recifes do canal inglês em Lyme Regis, no sudoeste da Inglaterra. Entre elas está a descoberta do primeiro fóssil de ictiossauro, aos 12 anos de idade, na costa de Dorset, em um íngreme penhasco com 5 metros de comprimento. Suas descobertas contribuíram para importantes mudanças no pensamento científico sobre a vida pré-histórica e para a geologia.[2]
Mary Anning procurava por fósseis na região dos penhascos de Blue Lias, em especial durante o inverno, quando escorregamentos desnudavam novos fósseis que poderiam ser facilmente coletados antes de serem erodidos pelo mar. Mary quase morreu em um destes escorregamentos em 1833, mas seu cachorro e companheiro em coletas acabou morrendo. Suas descobertas incluem um esqueleto do ictiossauro, o primeiro dos dois esqueletos completos de um plesiossauro, o primeiro esqueleto de um pterossauro fora da Alemanha e importantes peixes fósseis. Suas observações foram essenciais para a descoberta de que os coprólitos, na época chamados de "pedras de bezoar", eram fezes fossilizadas.[2] Também descobriu que os fósseis de belemnites continham sacos de tinta fossilizados como o dos modernos cefalópodes. Quando o geólogo Henry De la Beche pintou Duria Antiquior, primeira pintura de paleoarte, ele se baseou nos fósseis que Mary tinha escavado e vendeu cópias da pintura para ajudá-la. Seus fósseis estão hoje em exposição no hoje em exposição no Museu de História Natural de Londres.[2]
Sendo mulher e uma dissidente, Mary não pôde participar plenamente da comunidade científica do século XIX do Reino Unido, composta principalmente por homens anglicanos. Ela teve problemas financeiros durante toda a vida, vinda de uma família pobre, cujo pai morrera quando Mary tinha apenas 11 anos. Muito conhecida pelos círculos geológicos da Inglaterra, Europa e dos Estados Unidos, era consultada com frequência sobre anatomia e sobre como coletar fósseis. Por ser mulher, não era elegível para se associar à Sociedade Geológica de Londres, tampouco recebia crédito por suas contribuições. O único artigo científico publicado por ela ainda em vida foi no Journal of Natural History, em 1839, uma reprodução de uma carta de Mary Anning para o editor da revista, questionando suas afirmações.[3]