Língua sango
A língua da República Centro-Africana / De Wikipedia, a enciclopédia encyclopedia
Sango (ou sangho) é uma língua falada principalmente na República Centro-Africana, e – em menor medida – nas regiões fronteiriças dos países vizinhos, onde é usada como língua franca. É a língua nacional,[2] desde 1963, uma das duas línguas oficiais, conjuntamente com o francês[2] desde 1991, e a língua mais utilizada[3] da República Centro-Africana.
Língua Sango Yângâ tî Sängö | ||
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Pronúncia: | [jáŋɡá tʃí sāŋɡō] | |
Outros nomes: | Sango, Sangho | |
Falado(a) em: | República Centro-Africana, República Democrática do Congo, República do Congo, Camarões e Chade. | |
Região: | África central | |
Total de falantes: | Língua nativa (L1): cerca de 500 mil Segunda língua (L2): cerca de 5 milhões[1] | |
Família: | Língua crioula de base ngbandi | |
Escrita: | Alfabeto latino | |
Wikipédia: | em Sango | |
Estatuto oficial | ||
Língua oficial de: | República Centro-Africana [2] | |
Códigos de língua | ||
ISO 639-1: | sg | |
ISO 639-2: | sag | |
ISO 639-3: | sag
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Segundo o censo de 1988, a língua era usada nativamente por cerca de 450 000 pessoas, e estimativas atuais indicam que cerca de 92% da população da República Centro-Africana (aproximadamente 5 milhões) é capaz de se comunicar em sango, e que a população de falantes nativos cresce acentuadamente, apesar de não haverem números confiáveis quanto a isso.[1]
A classificação linguística do sango é objeto de disputa, onde alguns linguistas afirmam que o sango é uma língua crioula de origem ngbandi,[4][5] e outros argumentam que as mudanças estruturais do sango podem ser justificadas sem um processo de creolização.[6][7][8]
De acordo com a hipótese da creolização, sango é ímpar no que tange sua base nativa (africana), ao invés de colonial (européia) - como é a norma -, onde o sango possui muitos empréstimos linguísticos do francês, porém sua estrutura geral e características principais derivam quase completamente do ngbandi.[4] O pidgin do qual se origina foi usado como língua franca para comércio ao longo do rio Ubangi, se expandindo como linguagem de comunicação interétnica antes da colonização francesa na década de 1880.[9] De um ponto de visto meramente estatístico, as palavras derivadas do francês são em maior quantidade, contudo, são raramente usadas, e, paralelamente, as palavras que provêm do Ngbandi são usadas mais frequentemente, com cerca de 490 palavras nativas do sango contando para cerca de 90% da fala coloquial.[10]
O sango é uma língua que apresenta tonalização, e ordenação frasa sujeito-verbo-objeto (SVO, assim como o português).[4] Apesar de apresentar tonicidade, sua presença não possui função semântica no nível das palavras, inclusive apresentando tonicidade caótica nas palavras, e apenas apresenta função para demarcar características frasais como ênfase, negação e interrogação.[11] Sua ortografia foi oficialmente estabelecida somente em 1984, e, até então, a maior parte do uso de linguagem escrita na República Centro-Africana era estabelecido em francês. Consequentemente, possui material escrito limitado, e focado especialmente em literatura religiosa, sendo, inclusive, o seu primeiro registro impresso um folheto catequista de 1930, atribuído a Barthélémy Boganda.[12]
Diferentemente de outras línguas crioulas, que já passaram por processos de descrioulização numa tentativa de forçar uma língua oficial, o sango foi a língua eleita para ser elevada a língua oficial, após um período colonial muito breve. Dessa forma, a maior parte dos centro-africanos usam o sango no seu dia-a-dia, e uma proporção crescente a tem como língua materna, e por isso a língua se encontra em situação estável e sem probabilidade de extinção.[9]