Kula
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O Kula, conhecido também como circuito kula ou intercâmbio kula, é uma forma de troca de caráter intertribal praticadas por comunidades localizadas num extenso conjunto de ilhas do norte ao leste e extremo oriental da Nova Guiné descrito pelo antropólogo Bronisław Kasper Malinowski (1884 — 1942) [1] . Tal intercâmbio cerimonial se realiza entre as populações da província Papua-Nova Guiné da de Milne Bay, reunindo milhares de pessoas de dezoito comunidades Massim (Misima), um arquipélago onde se inclui: as ilhas Trobriand; parte das Ilhas D'Entrecasteaux e das lhas Amphlett envolvendo toda sua população e principalmente as grandes tribos de Dobu (Amphlett), de Kiriwina, Sinaketa e Kitava (Trobriand) e de Vakuta (Ilha Woodlark).
Segundo o referido autor Bronislaw Malinowski — que documentou entre 1914 e 1918, essa prática de navegação e encontro ritual por um circuito pré determinado por tradição — os participantes do Kula viajavam centenas de quilômetros de canoa transportando vaigua’a os objetos dessas trocas-dádivas. Os colares de conchas vermelhas chamados souvala vinham no sentido horário desse círculo e na direção oposta (anti-horário) eram transportados os braceletes feitos de conchas brancas chamados mwali encontrando-se em dado momento para realizar o ritual da dádiva.
Aquele que recebia un colar soulava, estava obrigado a corresponder com um braçalete mwalli e vice -versa. As condições para a participação no circuito de troca variavam de região para região. Malinowski observou que, o kula das Ilhas Trobriand era reservados aos líderes, enquanto em Dobu qualquer homem poderia participar, sendo que não se limitavam à troca cerimonial de vaigua’a, mas também de mercadorias úteis, recebendo o nome de gimwali.
Os principais objetos de transações do Kula – os braceletes de conchas (mawli) feitos com a parte superior e extremidade delgada da concha de um grande caramujo (Conus millepuntactus) e os colares (souvala) feitos do nácar da ostra espinhosa vermelha (spondylus) segundo Malinowski [2] são muito cobiçados por todos os papua – melanésios, ambos usados como enfeites com os trajes de dança mais elaborados nas grandes ocasiões festivas, nas danças cerimoniais e nas grandes reuniões que participam os nativos de várias aldeias.