José Míguez Bonino
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José Míguez Bonino (Santa Fé (Argentina), 5 de março de 1924 — 30 de junho de 2012) chegou a cursar dois anos na faculdade de medicina, mas abandonou os estudos, ao reconhecer que sua vocação era ser pastor[1] [2]. Em 1948, obteve licenciatura em teologia pela Faculdade Evangélica de Teologia de Buenos Aires, (atualmente ISEDET) e foi ordenado ministro da Igreja Evangélica Metodista. Foi pastor em Cochabamba (Bolivia), Mendoza e Buenos Aires (Argentina). Em 1960, obteve doutorado em teologia pelo Union Theological Seminary em Nova Iorque York). Foi integrante Comissão de Fé e Constituição e do Comitê Central do Conselho Mundial das Igrejas. Foi observador da Igreja Metodista no Concílio Vaticano II. Entre 1954 e sua aposentadoria, foi professor de ética e de teologia na Faculdade Evangélica de Teologia (atualmente ISEDET), tendo sido reitor desta instituição entre 1960 e 1970. Foi professor visitante no Union Theological Seminary em Nova Iorque, na Faculdade Valdense de Teologia em Roma e no "Selly Colleges" em Birmingham (Grã-Bretanha). Recebeu o título de Doutor honoris causa em diversas universidades.
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Enquanto metodista, em sua formação foi muito influenciado pelas ideias de John Wesley, também foi influenciado pela "teologia do evangelho social", pela teologia liberal e pela teologia neo-ortodoxa de Karl Barth, Reinhold Niebuhr e Emil Brunner. Nos primeiros anos, também foi influenciado por Foster Stockwell, Paul Tillich, Helmut Richard Niebuhr, Dietrich Bonhoeffer e Visser’t Hooft. Em 1945, participou do I Encontro Ecumênico do Pós-Guerra, numa conferência de juventude celebrada na Noruega[2]. Posteriormente foi influenciado por Rudolf Karl Bultmann, Jürgen Moltmann e pela teologia do processo.
Em 1947, casou-se, e desse matrimônio teve três filhos. Após ser ordenado como pastor metodista, foi encaminhado para a congregação metodista de San Rafael em Mendoza, onde exerceu um pastorado com preocupações sociais. Após retornar à Buenos Aires, participou de várias instituições ecumênicas como a Associação de Seminários e Instituições Teológicas (ASIT), Igreja e Sociedade na América Latina (ISAL), Comunidade de Educação Teológica Ecumênica Latino-Americana e Caribenha (CETELA), Fraternidade Teológica Latino-Americana (FTL), Conselho Latino-Americano de Igrejas (CLAI). Em 1975, foi eleito como um dos presidentes do Conselho Mundial de Igrejas (CMI) e desse modo contribuiu para o ecumenismo na América Latina. Ajudou a funda a Assembleia Permanente dos Direitos Humanos na Argentina. Em 1984, foi eleito como candidato independente para a Convenção Nacional Constituinte que reformulou a Constituição da Argentina após a ditadura militar na Argentina entre 1976 e 1983[2].
Um dos centros de sua reflexão teológica é a relação entre o compromisso social e a transcendência do Reino de Deus, na qual procurou integrar, substancialmente, e não apenas formalmente, a eclesiologia, a cristologia e a responsabilidade social. Afirmava que a construção do Reino de Deus teria lugar no interior da história humana e que a colaboração do ser humano se realizaria também no coração da historia por meio de suas opções e compromissos históricos
Analisou de modo crítico e construtivo temas temas relativos: à globalização, às pretensões do modelo neoliberal, às novas manifestações religiosas (com foco movimentos carismáticos dentro do mundo evangélico), a missão específica da Igreja e dos cristãos e a busca de novos valores para a construção da sociedade.
Afirmou que:
“ | "A condição do pobre é a pedra de toque que mostra a legitimidade de uma concepção cristã." | ” |
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Acreditava que mais importante do que se ligar a uma ideologia ou a um programa político ou econômico, seria gerar as convicções éticas que inspiram, dentro das condições históricas os programas mais eficazes tendo em vista a opção pelos pobres[3].