Intolerância à lactose
condição em que a pessoa manifesta sintomas devido à incapacidade de digerir corretamente a lactose / De Wikipedia, a enciclopédia encyclopedia
Intolerância à lactose é uma condição em que a pessoa manifesta sintomas por não conseguir digerir corretamente a lactose, um açúcar presente nos lacticínios.[1] O nível de tolerância à lactose até que os sintomas comecem a aparecer varia de pessoa para pessoa.[1] Os sintomas mais comuns são dor abdominal, sensação de barriga inchada, diarreia, gases e náuseas.[1] Estes sintomas têm geralmente início entre 30 e 120 minutos após a ingestão de leite ou de derivados de leite.[1] A gravidade dos sintomas depende da quantidade ingerida.[1] A condição não causa qualquer lesão no trato gastrointestinal.[2]
Intolerância à lactose | |
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A lactose é constituída por dois açúcares simples separados pela lactase | |
Sinónimos | Deficiência de lactase, hipolactase |
Especialidade | Gastroenterologia |
Sintomas | Dor abdominal, sensação de barriga inchada, diarreia, gases, náuseas[1] |
Complicações | Não causa danos no trato gastrointestinal[2] |
Início habitual | 30–120 minutos após ingestão de lacticínios[1] |
Causas | Incapacidade de digerir lactose (genética, lesão no intestino delgado)[1] |
Método de diagnóstico | Sintomas desaparecem ao remover a lactose da dieta[1] |
Condições semelhantes | Síndrome do cólon irritável, doença celíaca, doença inflamatória intestinal, alergia ao leite[1] |
Tratamento | Diminuição da ingestão de lactose, suplementos de lactase, tratamento da causa subjacente[1] |
Frequência | De 10% (Europa do Norte) a 95% (partes da Ásia e África)[3] |
Classificação e recursos externos | |
CID-10 | E73 |
CID-9 | 271.3 |
CID-11 | 1026224967 |
OMIM | 223100 150220 |
DiseasesDB | 7238 |
MedlinePlus | 000276 |
eMedicine | med/3429 ped/1270 |
MeSH | D007787 |
Leia o aviso médico |
A intolerância à lactose é causada pela insuficiência da enzima lactase no intestino delgado. Esta enzima é essencial para digerir a lactose no intestino, separando-a em glicose e galactose.[3] Existem quatro tipos de intolerância à lactose: primária, secundária, congénita e do desenvolvimento.[1] A intolerância à lactose primária é causada pela diminuição da quantidade de lactase no intestino à medida que a pessoa envelhece.[1] A intolerância à lactose secundária é causada por lesões no intestino delgado, como aquelas resultantes de uma infeção, doença celíaca, doença inflamatória intestinal ou outras doenças.[1][4] A intolerância à lactose do desenvolvimento pode ocorrer em bebés prematuros e geralmente melhora passado pouco tempo.[1] A intolerância à lactose congénita é uma doença genética extremamente rara em que desde o nascimento é produzida pouca ou nenhuma lactase.[1]
O diagnóstico pode ser confirmado quando os sintomas desaparecem depois de eliminar a lactose da dieta.[1] Podem ainda ser realizados outros exames complementares, como um teste respiratório de hidrogénio ou análises do pH fecal.[1] Entre outras condições que produzem sintomas semelhantes estão a síndrome do cólon irritável, doença celíaca e doença inflamatória intestinal.[1] A intolerância à lactose é uma condição distinta da alergia ao leite.[1] O tratamento geralmente consiste na diminuição da quantidade de lactose na dieta, em suplementos de lactase ou no tratamento da causa subjacente.[1][5] As pessoas intolerantes conseguem beber pelo menos um copo de leite por dia sem desenvolver sintomas significativos, podendo tolerar quantidades maiores se o leite for acompanhado de refeições ou tomado ao longo do dia.[1][6]
Desconhece-se o número exato de adultos com intolerância à lactose.[7] Estima-se que possa afetar 65% da população mundial.[8] A incidência da condição varia significativamente entre regiões, desde menos de 10% na Europa do Norte até 95% em algumas partes da Ásia e de África.[3] A doença tem geralmente início no fim da infância ou no início da idade adulta.[1] A capacidade de digerir lactose em adulto evoluiu de forma independente entre as várias populações humanas, provavelmente como forma de adaptação à domesticação de animais leiteiros há 10 000 anos.[9][3][10]