Intolerância política
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Intolerância política diz respeito à ausência de tolerância ou a falta de compreensão quando do trato de pessoas de posições políticas diversas. Trata-se de um comportamento odioso e agressivo, de natureza política ou religiosa, por parte daqueles que possuem opiniões diferentes, demonstrando falta de flexibilidade e intransigência.[1] A intolerância surge como resultado de um conhecimento insuficiente sobre determinado assunto.[2]
A intolerância política postula que "o outro", ou seja, o adversário, deve ser eliminado porque representa uma ameaça ao futuro e coloca em perigo a realização e a identidade do grupo ao qual se pertence. Esse processo ocorre de forma dual: inicialmente, forja-se a concepção de que a própria identidade é sinônimo da totalidade do ser. Posteriormente, os oponentes dessa identidade são categorizados como antagonistas da plenitude. Assim, os próprios antagonistas são inescapavelmente transformados em adversários de todo o mundo. Esse padrão mental tem sido adotado por diversos agentes da intolerância política nos tempos recentes. Geralmente, os que promovem a intolerância política alegam deter a verdade e vem aqueles que possuem pensamentos ou comportamentos divergentes como equivocados, merecendo, portanto, serem erradicados. Eles são considerados "inimigos e traidores" do status quo e da ordem estabelecida. O cerne da intolerância política reside na construção do inimigo, um processo que também se manifesta como uma manifestação extrema de fanatismo.[3]
A luta contra a intolerância e os esforços para combatê-la ou reduzi-la têm se mostrado como um dos principais desafios.[4] A intolerância política tem se destacado como um fenômeno crescente e preocupante, marcando profundamente o cenário político contemporâneo. A sociedade moderna, em seu esforço por construir sociedades democráticas mais inclusivas e tolerantes, parece ter se deparado com um dilema paradoxal: ao mesmo tempo em que as plataformas digitais e as redes sociais possibilitam maior acesso à informação e à participação política, também se tornaram espaços propícios para a proliferação da polarização e da intolerância.