Idealismo russo
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O idealismo russo refere-se principalmente a movimentos e sistemas idealistas de pensadores situados no contexto cultural e histórico da Era de Prata russa (final do século XIX e começo do XX).[1]
É um termo empregado a duas tendências: em sentido mais amplo, a um idealismo literário e cultural, que surgiu em reação ao positivismo e que propunha a valorização moral da dignidade humana e a renovação social e espiritual. Seu impulso metafísico definia o movimento modernista russo nessa época, propondo-se como alternativo ao realismo e buscando solucionar os graves problemas políticos e a decadência social. Seus pensadores disseminavam uma ênfase humanista sobre a questão moral, afirmando a possibilidade de uma mensagem universal que era ao mesmo tempo nacional e cosmopolita, baseada nas questões individuais e sociais endereçadas pela tradição cultural russa. Alguns também enfatizavam o papel da religião.[1][2] Em outro sentido, refere-se em particular a um idealismo metafísico, representado por filósofos russos com tendência sistemática de explicar a mente ou de propor que a realidade era mental (idealismo absoluto). Ambas as tendências costumavam estar unidas em alguns dos principais expoentes.[1][3][4][5][6]
Culminâncias desse pensamento foram os manifestos coletivos Problemas do Idealismo, em 1902, e Vekhi, em 1909. Dentre os principais pensadores, incluem-se Soloviov, Berdiaev, Bulgakov, Lopatin, Kozlov, Florensky, Losski, Losev.[3][7] Apesar de dominante, o idealismo russo se encerrou em 1922 quando, devido ao pensamento idealista de seus adeptos se contrapor como uma alternativa à ideologia marxista da União Soviética, diversos intelectuais idealistas ou considerados idealistas pelo regime soviético foram exilados nos chamados navios dos filósofos.[8][9][10] Dentre os nomes mais proeminentes de seus expoentes, Nikolai Berdiaev e Nikolai Losski continuaram escrevendo em seu exílio.[8]