Iazidis
grupo etno-religioso / De Wikipedia, a enciclopédia encyclopedia
Os iazidis,[16][17] yazidis, yezidis, êzidis ou yazdanis (em árabe: يَزِيدِيَّةٌ; romaniz.:yazīdīyya; em persa: یزِیدِیَ; yazīdī; em curdo: ئێزیدی; êzidî, êzdîtî ou êzidîtî ; em arménio: Եզդի; ezdi; em turco: yezîdîler) constituem uma comunidade étnico-religiosa curda cujos membros praticam uma antiga religião sincrética, o iazidismo, uma espécie de iazdanismo ligado ao zoroastrismo e a antigas religiões da Mesopotâmia.[18][19][20]
Iazidis Êzidîtî • ئێزیدی | ||||||||||||||||||||||||||||||
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População total | ||||||||||||||||||||||||||||||
Regiões com população significativa | ||||||||||||||||||||||||||||||
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Línguas | ||||||||||||||||||||||||||||||
curdo, árabe | ||||||||||||||||||||||||||||||
Religiões | ||||||||||||||||||||||||||||||
Iazidismo (largamente maioritária) Cristianismo[lower-alpha 2][14] Islão (convertidos à força)[15] | ||||||||||||||||||||||||||||||
Etnia | ||||||||||||||||||||||||||||||
curda |
A maior parte dos seus membros vive ou é originária da província de Nínive, no norte do Iraque, cuja capital é Mossul, uma região que fez parte da antiga Assíria e foi o centro do Império Neoassírio, mas também há comunidades na Arménia, Geórgia e Síria, as quais têm registado um acentuado declínio desde a década de 1990, devido à emigração para a Europa Ocidental, sobretudo para a Alemanha.[21]
Segundo os próprios iazidis, a sua religião tem origem no antigo Irão e há numerosas semelhanças entre o iazidismo atual e as antigas religiões persas, o que leva muitos autores a considerá-lo um vestígio sobrevivente do mitraísmo iraniano que se adaptou a um ambiente hostil absorvendo elementos exógenos.[11][22][23][24][25][26] Entretanto outros estudos consideram que o iazidismo tem origem no movimento heterodoxo do islão sunita do século XII protagonizado pelo xeque Adi,[26] que misturou elementos islâmicos e com outros elementos pré-islâmicos[27][28] conservados no Curdistão.[1][lower-alpha 3] Os iazidis acreditam em Deus como criador do mundo, que colocou sob o cuidado de sete "seres sagrados" ou anjos, cujo "chefe" (arcanjo) é Melek Taus, o Anjo Pavão. Como governante do mundo, este Anjo Pavão é a causa de tudo o que sucede de bom e de mau aos humanos e este caráter ambivalente surge em mitos da sua queda em desgraça junto de Deus, antes das suas lágrimas de arrependimento terem apagado os fogos do seu cárcere infernal e de ter-se reconciliado com Deus. Esta crença tem origem nas reflexões místicas sufistas (um ramo místico do islão) sobre o anjo Iblis (o equivalente islâmico do Diabo), que se recusa orgulhosamente a violar o monoteísmo, adorando Adão e Eva, apesar da ordem expressa de Deus para o fazer.[29][30][31][32]
Devido a essa relação com a tradição sufista de Iblis, alguns seguidores de outras religiões monoteístas identificam o Anjo Pavão com o espírito maligno não redimido Satanás,[33][34][35][36] o que está na origem de séculos de perseguição dos iazidis como "adoradores do Diabo". Nas últimas décadas do século XX os iazidis, como o resto dos curdos, foram perseguidos e deslocados das suas terras pelo regime de Saddam Hussein.[37] Após o início da Guerra do Iraque, a comunidade iazidis sofreu vários ataques por parte de fundamentalistas sunitas e, em agosto de 2014, foi alvo de massacres por parte do chamado Estado Islâmico do Iraque e do Levante, como parte da campanha para extirpar o Iraque e os países vizinhos de quaisquer influências não muçulmanas,[38] onde não escapam as suas mulheres e crianças.[39]