Huia
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A huia (nome científico: Heteralocha acutirostris) é uma espécie extinta de ave passeriforme que era endêmica da ilha Norte da Nova Zelândia. O último registro confirmado de uma huia foi feito em 1907, embora haja relatos críveis de avistamentos do pássaro no início da década de 1960. Sua extinção teve duas causas principais. A primeira foi a caça excessiva, tanto para obtenção de peles por colecionadores, como para retirada de penas da cauda que serviam de enfeite de chapéu. A segunda principal causa foi o desmatamento generalizado das terras baixas da Ilha Norte por colonos europeus para pastagens e agricultura. A maioria dessas florestas eram virgens, ecologicamente complexas, e as huias eram incapazes de sobreviver em florestas secundárias.
Huia | |||||||||||||||
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Casal de huia (macho à frente da fêmea). Pintura de J. G. Keulemans em A History of the Birds of New Zealand (1888) de W. L. Buller | |||||||||||||||
Estado de conservação | |||||||||||||||
Extinta (1907) (IUCN 3.1) [1] | |||||||||||||||
Classificação científica | |||||||||||||||
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Nome binomial | |||||||||||||||
Heteralocha acutirostris (Gould, 1837) | |||||||||||||||
Distribuição geográfica | |||||||||||||||
Mapa da ilha Norte da Nova Zelândia. Área original (verde claro) e em 1840 (listras escuras). Local do último avistamento confirmado (vermelho) e de relatos posteriores não confirmados (amarelo). | |||||||||||||||
Sinónimos | |||||||||||||||
Era uma ave de plumagem azul escura metálica, com uma iridescência esverdeada na superfície superior, especialmente na cabeça. As penas da cauda tinham uma larga faixa branca nas pontas. Foi notável por ter o dimorfismo sexual mais pronunciado em relação ao formato do bico do que qualquer outra espécie de ave no mundo. O bico da fêmea era comprido, fino e arqueado para baixo, enquanto o do macho era curto e robusto, como o de um corvo. Os machos tinham 45 centímetros de comprimento, enquanto que as fêmeas eram um pouco maiores. Ambos possuíam uma distintiva carúncula arredondada e de cor laranja-brilhante nas bases laterais do bico.
As aves viviam tanto nas florestas de áreas montanhosas como nas de terras baixas, e acredita-se que elas migravam sazonalmente, vivendo em altitudes mais elevadas no verão. Eram onívoras e comiam insetos adultos, larvas e aranhas, assim como os frutos de um pequeno número de plantas nativas. Machos e fêmeas usavam seus bicos para se alimentar de diferentes maneiras: o macho usava seu bico para esquadrinhar madeira podre, enquanto o bico mais longo e flexível da fêmea era capaz de sondar áreas mais profundas. Embora a huia seja frequentemente mencionada nos livros de biologia e ornitologia devido a esse impressionante dimorfismo, pouco se sabe sobre sua biologia: foi pouco estudada antes de ser levada à extinção.
É uma das aves extintas mais conhecidas da Nova Zelândia devido à forma de seu bico e sua beleza, tendo um lugar especial na cultura do povo maori e na tradição oral. O pássaro era considerado sagrado pelos maori, e o uso de sua pele ou penas era reservado para pessoas de elevado status social. O grau com que a huia era conhecida e admirada no país se reflete no grande número de áreas urbanas e acidentes geográficos batizados em sua homenagem.