Hipótese do macaco aquático
De Wikipedia, a enciclopédia encyclopedia
A hipótese do macaco aquático ou, como é mais conhecida, teoria do macaco aquático, ou ainda AAT (na sigla em inglês para Aquatic Ape Theory) é um dos principais modelos propostos pela ciência para explicar por que, durante a evolução humana, o homo sapiens se tornou tão distinto em seus fenótipos dos demais primatas, sobretudo com a perda dos pelos corporais e o andar ereto sobre dois pés, ao lado de hipóteses como a da savana e a dos parasitas.[2]
A terceira hipótese citada prega, por exemplo, que os homens teriam perdido seus pelos em razão de estes serem um ambiente propício à instalação de pragas mas, com o desenvolvimento da espécie veio o controle do fogo e as roupas substituíram a proteção contra o frio, os seres humanos teriam preferido parceiros menos peludos e, portanto, mais saudáveis (defendida pelo biólogo britânico Mark Pagel, da Universidade de Reading); já a hipótese da savana, a mais difundida e aceita,[3] diz que os pelos foram perdidos na mudança dos ancestrais do homem das florestas para as áreas de cerrado, o que os permitiria controlar melhor o calor no clima seco; já a hipótese que se tornou conhecida como “’’macaco aquático’’” diz que entre 6 e 8 milhões de anos atrás os primitivos hominídeos se ocuparam durante algum tempo da vida na água em busca de alimentos, perdendo assim os pelos e começando a desenvolver uma camada adiposa sob a pele.[2]
Sua proposição inicial se deu com o biólogo marinho, Sir Alister Hardy que, em 1960, sugerira que o homem, na sua marcha evolutiva, teria passado por uma fase aquática - ideia que ficou esquecida até que na década de 1990 ela veio a público, provocando enorme reação contrária dos seus pares, como algo não científico; embora rechaçada pela academia, essa hipótese conta entre seus defensores nomes como Sir David Attenborough, o paleoantropólogo Phillip V. Tobias (antigo defensor da hipótese da savana), Elaine Morgan, Daniel Dennett, entre outros.[4]
Raras ideias na ciência dividem tanto aqueles que a combatem dos que a defendem.[5] Vista como “hipótese guarda-chuva” (que procura suprir lacunas com uma só “cobertura”),[6] não significa que a ciência deixe de admitir que fases aquáticas ocorreram durante a evolução humana.[7]
Estudo mais recente, por exemplo, propõe que as hipóteses terrestre e aquática encontrem um meio termo: enquanto os defensores das ideias “ortodoxas” da hipótese da savana repelem a hipótese aquática, há muitos aspectos da evolução humana que têm origem na água, o que a leva a ser parcialmente admitida, sem com isto se fazer parte do grupo de defensores da hipótese do macaco aquático.[5]