Guerra de Ogaden
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A Guerra de Ogaden, também conhecida como Guerra Etio-Somali (somali: Dagaalkii Xoraynta Soomaali Galbeed, amárico: የኢትዮጵያ ሶማሊያ ጦርነት, romanizado: ye’ītiyop’iya somalīya t’orineti), foi uma guerra ocorrida entre 1977 e 1978 entre a Etiópia e Somália na disputa do território de Ogaden. Em uma ilustração notável da natureza das alianças da Guerra Fria, a União Soviética mudou o fornecimento de ajuda à Somália para apoiar a Etiópia, que anteriormente tinha sido apoiada pelos Estados Unidos, o que levou os EUA a começar a apoiar a Somália. A invasão da região pela Somália, precursora da guerra mais ampla, encontrou a desaprovação da União Soviética, levando a superpotência a pôr fim ao seu apoio à Somália e a apoiar a Etiópia.[16]
Guerra de Ogaden | |||
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Guerra Civil da Etiópia, Conflito etíope-somali e Guerra Fria | |||
Artilheiros cubanos se preparam para disparar contra as forças somalis em Ogaden. | |||
Data | 13 de Julho de 1977 – 23 de Março de 1978 | ||
Local | Ogaden, Etiópia | ||
Desfecho | Vitória etíope | ||
Beligerantes | |||
Comandantes | |||
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Forças | |||
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Baixas | |||
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25.000 civis mortos[13] 500.000 habitantes somalis da Etiópia deslocados[14][15] |
A Etiópia foi salva da derrota e da perda permanente de território através de um enorme transporte aéreo de suprimentos militares no valor de 1 bilhão de dólares, a chegada de mais de 12.000 soldados e aviadores cubanos enviados por Fidel Castro para obter uma segunda vitória africana (após o seu primeiro sucesso em Angola em 1975-76),[17] e 1.500 conselheiros soviéticos, liderados pelo General Vasily Petrov. Em 23 de Janeiro de 1978, as brigadas blindadas cubanas infligiram as piores perdas que as forças somalis alguma vez tinham sofrido numa única acção desde o início da guerra.[18]
Os cubanos (equipados com 300 tanques, 156 peças de artilharia e 46 aviões de combate) prevaleceram em Harar, Dire Dawa e Jijiga e começaram a expulsar sistematicamente os somalis de Ogaden.[19] Em 23 de março de 1978, o exército etíope apoiado por Cuba havia recapturado mais de dois terços de Ogaden, marcando o fim oficial da guerra.[20] Quase um terço dos soldados regulares do Exército Nacional Somaliano (ENS), três oitavos das unidades blindadas e metade da Força Aérea Somali foram perdidos durante a guerra. A guerra deixou a Somália com um exército desorganizado e desmoralizado, bem como uma forte desaprovação da sua população. Estas condições levaram a uma revolta no exército que eventualmente se transformou na Guerra Civil Somali ainda em curso.[21]