Guerra Russo-Georgiana
conflito entre Rússia e Geórgia em 2008 / De Wikipedia, a enciclopédia encyclopedia
A Guerra Russo-Georgiana (também conhecida como Guerra na Ossétia do Sul em 2008, Guerra dos Cinco Dias ou Guerra de Agosto) foi um conflito armado ocorrido em agosto de 2008 entre a Geórgia de um lado, e a Rússia e os separatistas da Ossétia do Sul e da Abecásia, do outro.
Guerra Russo-Georgiana | |||
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Conflito georgiano-osseta e Conflito georgiano-abecásio | |||
Localização da Geórgia (incluindo a Abcásia e a Ossétia do Sul) e da parte russa do Cáucaso do Norte | |||
Data | 7 de Agosto — 12 de Agosto de 2008[1] | ||
Local | Ossétia do Sul, Abecásia, Geórgia | ||
Desfecho | Vitória russa, sul-osseta e abecásia
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Mudanças territoriais | Geórgia perde o controle sobre partes da Abecásia (25%) e Ossétia do Sul (40%) que anteriormente detinha. | ||
Beligerantes | |||
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Comandantes | |||
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Forças | |||
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Baixas | |||
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Ossétia do Sul: 136 civis e 26 militares de acordo com a Rússia, 365 de acordo com a Ossétia do Sul[25][26][27] |
A Guerra da Ossétia do Sul de 1991-1992 entre georgianos e ossetas havia deixado um pouco mais da metade da Ossétia do Sul sob o controle de facto de um governo apoiado pela Rússia não reconhecido internacionalmente.[34][35] A maior parte dos georgianos da Ossétia do Sul permaneceram sob o controle da Geórgia (distrito de Akhalgori, e a maioria das aldeias vizinhas a Tskhinvali), com uma força de paz conjunta da Geórgia, da Ossétia do Norte e da Rússia presente nos territórios. Uma situação similar existia na Abecásia após a Guerra na Abecásia de 1992-1993.
As tensões escalaram durante os meses de verão de 2008. Bombardeios por separatistas ossetas contra aldeias georgianas começaram logo em 1 de agosto, atraindo uma resposta pontual das forças de paz da Geórgia e de outros combatentes já existentes na região.[36] A Geórgia lançou uma ofensiva militar de grande escala contra a Ossétia do Sul durante a noite de 7 para 8 de agosto, em uma tentativa de recuperar o território;[37] declarando que estava respondendo aos ataques contra suas forças de paz e aldeias da Ossétia do Sul, e que a Rússia estava movendo unidades não pertencentes à manutenção da paz para o país. A Geórgia capturou com sucesso a maior parte de Tskhinvali em poucas horas. A Rússia reagiu, com a implantação de unidades do 58ª Exército Russo e das Tropas Aerotransportadas na Ossétia do Sul um dia depois, e lançou ataques aéreos contra as forças georgianas na Ossétia do Sul e em alvos militares e logísticos na Geórgia. A Rússia reivindicou que estas ações foram uma intervenção humanitária necessária a imposição da paz.[38][38][39][40]
As forças russas e ossetas lutaram contra as tropas georgianas na Ossétia do Sul ao longo de quatro dias; os combates mais pesados ocorreram em Tskhinvali. Em 9 de agosto, as forças navais russas supostamente bloquearam uma parte da costa da Geórgia e desembarcaram fuzileiros navais na costa da Abecásia.[41] A marinha georgiana tentou intervir, mas foi derrotada em uma batalha naval. As forças russas e abecases e abriram uma segunda frente, atacando o Vale de Kodori, mantido pela Geórgia.[42] As forças georgianas colocaram apenas uma resistência mínima, e as forças russas invadiram posteriormente bases militares na Geórgia ocidental. Após cinco dias de intensos combates na Ossétia do Sul, as forças georgianas recuaram, permitindo que os russos entrassem no território incontestado da Geórgia e, temporariamente, ocupam as cidades de Poti, Gori, Senaki e Zugdidi.[43]
Através da mediação pela presidência francesa da União Europeia, as partes chegaram a um acordo preliminar de cessar-fogo em 12 de agosto, assinado pela Geórgia em 15 de agosto, em Tbilisi e pela Rússia em 16 de agosto, em Moscou. Várias semanas após a assinatura do acordo de cessar-fogo, a Rússia começou a retirar a maioria de suas tropas do território incontestado da Geórgia. No entanto, as autoridades ocidentais insistem que as tropas não retornaram para a linha onde estavam estacionadas antes do início das hostilidades, conforme descrito no plano de paz.[44][45] As forças russas permanecem estacionadas na Abecásia e na Ossétia do Sul no âmbito de acordos bilaterais com os governos correspondentes.[46]