Gradiva de Jensen
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A Gradiva (do latim, "aquela que avança", feminização de Gradivus, um dos epítetos do deus romano Marte, Mars Gradivus, isto é, "Marte que avança") é uma figura mitológica moderna.
É, na verdade, um baixo-relevo neoático romano, da primeira metade século II, feito à maneira das obras gregas do século IV a.C., e representa uma jovem que dança e levanta a barra de seu traje. É parte do relevo das Aglaurides - as filhas de Cécrope, cuja mulher se chamava Aglauros ou Agraulos - e está no Museu Chiaromonti, no Vaticano.[1]
O nome da escultura foi atribuído num romance publicado em 1903 pelo escritor alemão Wilhelm Jensen, que teve grande influência na cultura européia, sobretudo entre os surrealistas.
O romance de Jensen foi tema do famoso estudo de Sigmund Freud O delírio e os sonhos na 'Gradiva' de W. Jensen (Der Wahn und die Träume in W. Jensens ″Gradiva″), de 1907 e inspirou vários surrealistas.
O romance conta a história de um jovem arqueólogo alemão, Norbert Hanhold, que fica fascinado pela imagem de uma jovem mulher esculpida num baixo relevo do Museu Arqueológico Nacional de Nápoles. Na noite seguinte, Hanhold tem um sonho angustiante: encontrava-se em Pompeia, no ano 79, exatamente quando o Vesúvio estava para entrar em erupção e destruir a cidade. No sonho, vê a Gradiva diante dele mas antes que possa avisá-la do perigo iminente, a Gradiva é sepultada pelas lavas do vulcão.
Posteriormente, Norbert vai percebendo, através de um longo e complexo processo, a ligação entre a Gradiva e um amor de sua infância - Zoe Bertgang. Havia associado essa menina a uma mulher idealizada que o fascina - a Gradiva do baixo relevo. Seus sentimentos se deslocam, então, da mulher de mármore para a pessoa de Zoe.