Filosofia pós-moderna
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Filosofia pós-moderna ou filosofia pós-modernista refere-se a movimentos filosóficos que se enquadram no período da pós-modernidade, principalmente os surgidos a partir da segunda metade do século XX como uma resposta crítica a suposições presentes nas ideias filosóficas modernistas sobre cultura, identidade, história ou linguagem que foram desenvolvidas durante o Iluminismo do século XVIII.[1][2] A corrente mais conhecida à qual o termo geralmente faz referência, é a dos pensadores franceses chamada pós-estruturalismo, influenciada pela revolução estruturalista pós-guerra na década de 50 em Paris e pelos eventos de maio de 68, que prosseguiu na América; mas há também a menos principal de pensadores italianos, em contraste à desconstrução dos pós-estruturalistas, enfoca a continuidade do legado moderno na hermenêutica, historicismo e estética, incluindo dentre os representantes Gianni Vattimo e Mario Perniola;[3] e uma corrente construtiva e racional, que também reivindica o uso legítimo do termo "pós-moderno", com alguns propondo nela incluir o desenvolvimento americano da lógica da semiótica e pragmatismo crítico de Charles Sanders Peirce e William James, além de características presentes em Henri Bergson e na filosofia do processo.[4]
Pensadores pós-modernistas pós-estruturalistas desenvolveram conceitos como diferença, repetição, traço e hiper-realidade para subverter "grandes narrativas", univocidade do ser e certeza epistêmica.[3] A filosofia pós-moderna pós-estruturalista questiona a importância das relações de poder, personalização e discurso na "construção" da verdade e das visões de mundo. Muitos pós-modernistas parecem negar a existência de uma realidade objetiva e parecem negar a existência de valores morais objetivos.[1]
"Pós-moderno" foi um termo que já tinha sido utilizado por Alfred North Whitehead desde 1964, na vertente construtiva.[4] Mas no pós-estruturalismo, Jean-François Lyotard introduziu a definição de pós-modernismo filosófico em 1979, em A Condição Pós-Moderna, escrevendo "Simplificando ao extremo, defino o pós-moderno como incredulidade em relação às meta narrativas ...",[5] onde o que ele quer dizer com metanarrativa é algo como uma história unificada, completa, universal e epistemicamente certa sobre tudo o que é. Os pós-estruturalistas rejeitam as metanarrativas porque rejeitam o conceito de verdade que as metanarrativas pressupõem. Os filósofos pós-modernistas pós-estruturalistas em geral, argumentam que a verdade sempre depende do contexto histórico e social, em vez de ser absoluta e universal, e que a verdade é sempre parcial e "em debate", em vez de ser completa e certa.[3]
Com isso, a dita filosofia pós-moderna é frequentemente cética em relação à característica de oposições binárias simples de estruturalismo, enquanto enfatiza o problema do filósofo de distinguir claramente o conhecimento da ignorância, o progresso social da reversão, o domínio da submissão, o bem do mal e a presença da ausência.[6][7] Mas, pelas mesmas razões, a filosofia pós-moderna deve frequentemente ser particularmente cética em relação às complexas características espectrais das coisas, enfatizando-se o problema do filósofo novamente distinguir conceitos claramente, pois um conceito deve ser entendido no contexto de seu oposto, como existência e nada, normalidade e anormalidade, fala e escrita, etc.[8] Na crítica pós-estruturalista da filosofia continental, foi influenciada pesadamente por fenomenologia, estruturalismo e existencialismo, inclusive escritos de Søren Kierkegaard, Friedrich Nietzsche e Martin Heidegger; também é cética de muitos valores e bases da filosofia analítica; um exemplo é que um pós-modernista poderia negar que o complexo sistema de significados incorporados em condições normais ou em linguagens filosóficas poderiam ser representadas na anotação lógica (alguns podem até mesmo negar qualquer noção tradicional de "significado" totalmente). A filosofia pós-moderna também tem fortes relações com a literatura substancial da teoria crítica,[9] apesar de alguns proponentes desta criticarem a irracionalidade dos pós-estruturalistas (ver Pós-estruturalismo#Crítica).