Escândalo do Super Bowl XXXVIII
controvérsia sobre exposição indecente na televisão em 2004 / De Wikipedia, a enciclopédia encyclopedia
O Escândalo do Super Bowl XXXVIII refere-se à controvérsia criada durante o evento esportivo, que foi transmitido ao vivo de Houston, Texas em 1º de fevereiro de 2004 nos Estados Unidos através da CBS. Enquanto ocorria seu show do intervalo, o seio direito da cantora Janet Jackson, adornado com um piercing, foi exposto por Justin Timberlake durante meio segundo, no que foi posteriormente referido como uma "nudez acidental".[1] O incidente, geralmente referido como Nipplegate,[2][3] foi amplamente discutido após a exibição do Super Bowl. Juntamente com o resto do show do intervalo, o escândalo levou a uma repressão imediata e um debate generalizado sobre a indecência percebida em transmissões.[1] A Federal Communcations Commission (FCC) multou a CBS em US$ 550 mil,[4] um processo que foi travado na Suprema Corte dos Estados Unidos, contestado e finalmente anulado pelo Terceiro Circuito de Apelações em uma decisão feita em 2011; um caso de restabelecer a multa foi recusado no ano seguinte.[5][6]
O escândalo foi ridicularizado tanto dentro quanto fora dos Estados Unidos; alguns comentaristas do país viram o incidente como um sinal da decrescente moralidade na cultura nacional, enquanto outros o consideraram "inofensivo" e sentiram uma quantidade excessiva de atenção e reação negativa.[7][8][9][10][11] O aumento da regulamentação de transmissões levantou preocupações sobre censura e liberdade de expressão nos Estados Unidos,[12] e a FCC aumentou o valor da multa por violação de incidência — de US$ 27 500 a US$ 325 mil — pouco após o evento.[13] O show do intervalo daquele ano foi produzido pela MTV e tematizado com a campanha "Rock the Vote" feita pela emissora, devido à eleição presidencial daquele ano. Após o incidente, a National Football League (NFL) anunciou que a MTV, que também havia produzido o show do intervalo do Super Bowl XXV, não estaria mais envolvida em nenhum evento do tipo futuramente.[14] A exposição foi transmitida para um público total de 143.6 milhões de espectadores.[15]
Jawed Karim, cofundador do YouTube, citou o incidente como uma das principais razões para a criação do portal de compartilhamento de vídeos.[16] O escândalo também fez "Janet Jackson" se tornar o termo, evento e imagem mais procurados na história da Internet, bem como a pessoa e termo mais buscado nos anos de 2004 e 2005.[17][18][19][20] O incidente também quebrou o recorde de "evento mais procurado em um dia".[21] Jackson foi posteriormente listada na edição de 2007 do Guinness World Records como a "Mais Procurada na História da Internet" e a "Mais Procurada para Itens de Notícias".[22] A exposição também converteu-se no momento televisivo mais visto, gravado e reprisado na história do TiVo, tendo sido responsável também por "atrair cerca de 35 mil novos usuários [do TiVo]".[23][24][25] O incidente também popularizou a expressão "wardrobe malfunction",[nota 1] que foi posteriormente adicionada ao Merriam-Webster's Collegiate Dictionary.[26]
Após o incidente, conglomerados da mídia envolvidos com a transmissão foram multados pela FCC, incluindo a Viacom e a CBS, suas empresas subsidiárias MTV e Infinity Broadcasting, e a Clear Channel Communications, passando a colocar singles e vídeos musicais de Jackson na lista negra de muitas rádios e canais musicais ao redor do mundo;[27] este ato foi considerado "uma das coisas mais tristes da música pop na década" de 2010.[28] Em janeiro de 2014, o ex-presidente da FCC Michael Powell declarou que as controvérsias, multas e reações em relação ao incidente foram exageradas, declarando que a cantora não merecia o duro tratamento e a entrada na lista negra da mídia. Ele também considerou "injusto" o fato de Timberlake não ter recebido o mesmo efeito e negativação enfrentado por Jackson[7] — o que foi estudado por diversas autoras feministas.