Entrada dos Estados Unidos na Primeira Guerra Mundial
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Os Estados Unidos entraram na Primeira Guerra Mundial em abril de 1917, mais de dois anos e meio após o início da guerra na Europa.
Com exceção de um elemento anglófilo que incentivava o apoio inicial aos britânicos e de um elemento antisarista que simpatizava com a guerra da Alemanha contra a Rússia, a opinião pública estadunidense geralmente refletia o desejo de ficar fora da guerra. O sentimento de neutralidade era particularmente forte entre os estadunidenses-irlandeses, alemães e escandinavos,[1] bem como entre os líderes da igreja e as mulheres em geral. Por outro lado, mesmo antes do início da Primeira Guerra Mundial, a opinião da população era, em geral, mais negativa em relação ao Império Alemão do que em relação a qualquer outro país da Europa.[2] Com o passar do tempo, especialmente após relatos de atrocidades alemãs na Bélgica em 1914 e após o naufrágio do navio de passageiros RMS Lusitania em 1915, os norte-americanos passaram a ver a Alemanha como o agressor na Europa.
Enquanto o país estava em paz, os bancos norte-americanos fizeram grandes empréstimos às potências da Entente, que foram usados principalmente para comprar munições, matérias-primas e alimentos do outro lado do Atlântico. Embora o presidente dos Estados Unidos, Woodrow Wilson, tenha feito poucos preparativos para uma guerra terrestre antes de 1917, ele autorizou um programa de construção naval para a marinha dos Estados Unidos. Wilson foi reeleito por uma margem pequena em 1916 em uma campanha contra a guerra.
Em 1917, com a Bélgica e o norte da França ocupados, com a Rússia passando por uma convulsão política e com as nações remanescentes da Entente com pouco crédito, a Alemanha parecia ter a vantagem na Europa.[3] No entanto, um embargo econômico britânico e um bloqueio naval estavam causando uma grave escassez de combustível e alimentos na Alemanha. Berlim decidiu então retomar a guerra submarina sem restrições. O objetivo era interromper a cadeia de suprimentos transatlântica de outras nações para a Grã-Bretanha, embora o alto comando alemão tenha percebido que afundar navios de bandeira americana quase certamente traria os Estados Unidos para a guerra.
A Alemanha também fez uma oferta secreta para ajudar o México a recuperar os territórios perdidos na Guerra Mexicano-Americana em um telegrama codificado conhecido como Telegrama Zimmermann, que foi interceptado pela inteligência britânica. A publicação desse comunicado indignou os estadunidenses no momento em que os submarinos alemães começaram a afundar navios mercantes norte-americanos no Atlântico Norte. Wilson, então, pediu ao Congresso "a guerra para acabar com a guerra" que "tornaria o mundo seguro para a democracia", e o Congresso votou pela declaração de guerra contra a Alemanha em 6 de abril de 1917.[4] As tropas dos EUA iniciaram grandes operações de combate na Frente Ocidental sob o comando do General John J. Pershing no verão de 1918.