Endometriose
Condição médica / De Wikipedia, a enciclopédia encyclopedia
Endometriose é uma condição em que células semelhantes às do endométrio – a camada de tecido que reveste o útero – crescem no seu exterior.[7][8] Os locais de crescimento mais frequentes são os ovários, as trompas de Falópio e o tecido que envolve o útero e os ovários. Em casos raros, podem também crescer noutras partes do corpo.[2] Os principais sintomas são dor na parte inferior do abdómen e infertilidade.[1] Cerca de metade dos casos apresentam dor pélvica crónica, enquanto em 70% a dor ocorre durante a menstruação.[1] Também é comum ocorrer dor durante as relações sexuais.[1] A infertilidade afeta cerca de metade das mulheres com esta condição.[1] Entre os sintomas pouco comuns estão sintomas urinários ou intestinais.[1] Cerca de 25% das mulheres não manifesta sintomas.[1] A endometriose pode ter sequelas sociais e psicológicas.[9]
Endometriose | |
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Endometriose observada durante uma laparoscopia | |
Especialidade | Ginecologia |
Sintomas | Dor na parte inferior do abdómen, infertilidade[1] |
Início habitual | 30–40 anos de idade[2][3] |
Duração | Crónica[1] |
Causas | Desconhecidas[1] |
Fatores de risco | Antecedentes familiares[2] |
Método de diagnóstico | Baseado nos sintomas, exames imagiológicos, biópsia[2] |
Condições semelhantes | Doença inflamatória pélvica, síndrome do cólon irritável, cistite intersticial, fibromialgia[1] |
Prevenção | Contracetivos orais combinados, exercício[2][4] |
Tratamento | AINEs, continuação da toma da pílula, dispositivo intrauterino com progestógeno, cirurgia[2] |
Frequência | 10,8 milhões (2015)[5] |
Mortes | ~100 (2015)[6] |
Classificação e recursos externos | |
CID-10 | N80 |
CID-9 | 617.0 |
CID-11 | 1838213761 |
OMIM | 131200 |
DiseasesDB | 4269 |
MedlinePlus | 000915 |
eMedicine | med/3419 ped/677 emerg/165 |
MeSH | D004715 |
Leia o aviso médico |
A causa não é totalmente clara.[1] Entre os fatores de risco estão antecedentes familiares da doença.[2] As áreas de endometriose sangram todos os meses, dando origem a inflamação e cicatrização.[1][2] As formações de tecido causadas pela endometriose não são cancro.[2] O diagnóstico é suspeito com base nos sintomas e em exames imagiológicos,[2] podendo ser confirmado com biópsia dos tecidos.[2] Entre outras condições que causam sintomas semelhantes estão a doença inflamatória pélvica, a síndrome do cólon irritável, a cistite intersticial e a fibromialgia.[1]
Algumas evidências sugerem que o uso de contracetivos orais combinados diminui o risco de desenvolver endometriose.[4] O exercício físico e evitar consumo de grandes quantidades de álcool pode também prevenir a condição.[2] Embora não exista cura para a endometriose, estão disponíveis vários tratamentos para melhorar os sintomas.[1] Entre eles estão os analgésicos, tratamentos hormonais ou cirurgia.[2] Os analgésicos recomendados são geralmente anti-inflamatórios não esteroides (AINEs) como o naproxeno.[2] A toma continuada do componente ativo da pílula contracetiva ou a utilização de um dispositivo intrauterino com progestógeno pode também ser útil.[2] A administração de um agonista da hormona libertadora de gonadotrofina pode melhorar a capacidade de engravidar em mulheres inférteis.[2] A remoção cirúrgica da endometriose pode ser viável no tratamento de casos que não melhoram com outros tratamentos.[2]
Um estudo estima que em 2015 a condição afetasse 10,8 milhões de mulheres em todo o mundo.[5] Outros estudos estimam que afete entre 6% e 10% de todas as mulheres.[1] A endometriose é mais comum na casa dos 30 e 40 anos de idade. No entanto, pode ter início em idades tão precoces como oito anos.[2][3] Raramente causa a morte.[10] Foi só na década de 1920 que se determinou que a endometriose era uma condição distinta.[11] Até então, a endometriose e a adenomiose eram consideradas a mesma doença.[11] Não é ainda claro quem terá descrito primeiro a doença.[11]