Eleições gerais no Reino Unido em 2017
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As eleições gerais no Reino Unido em 2017 foi a votação popular que elegeu o 57.º Parlamento do Reino Unido, em 8 de junho de 2017. Cada um dos 650 distritos eleitorais elegeu um parlamentar (MP) à Câmara dos Comuns, a câmara baixa do Parlamento Britânico. A eleição deveria acontecer somente em maio de 2020, contudo, Theresa May, a então primeira-ministra e líder dos Conservadores, estava confiante que uma eleição antecipada iria fortalecer sua posição no início das negociações do Brexit, contando com uma vantagem significativa sobre os Trabalhistas nas pesquisas de opinião. Porém a aposta de May acabaria dando errado.[1]
8 de junho de 2017 | |||||||||
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Candidato | Theresa May | Jeremy Corbyn | |||||||
Partido | Conservador | Trabalhista | |||||||
Natural de | Maidenhead | Islington North | |||||||
Assentos no parlamento | 317 13 |
262 30 | |||||||
Votos | 13 667 213 | 12 874 985 | |||||||
Candidato | Nicola Sturgeon | Tim Farron | |||||||
Partido | SNP | Liberal-Democratas | |||||||
Círculo eleitoral | — | Westmorland e Lonsdale | |||||||
Assentos no parlamento | 35 21 |
12 4 | |||||||
Votos | 977 569 | 2 371 772 | |||||||
Mapa dos resultados por círculo eleitoral. Azul - Conservadores Vermelho - Trabalhistas Laranja - Liberal Democratas Amarelo - Nacionalistas Escoceses |
O Partido Conservador, que governava controlando a maioria do Parlamento desde as eleições de 2015 (e antes, por cinco anos, governaram com uma coalizão com os Liberais Democratas), defendia uma vantagem de quase 100 assentos sobre o Partido Trabalhista, a oposição oficial, na Câmara dos Comuns, tendo cinco parlamentares a mais do que o mínimo de 324 necessários para formar um governo. Theresa May tinha esperanças de conseguir para o seu partido uma maioria absoluta ainda maior na Câmara a fim de "fortalecer sua posição nas negociações do Brexit".[2] Na época em que a eleição foi convocada, em abril de 2017, várias pesquisas de opinião mostravam Theresa May a frente do líder trabalhista, Jeremy Corbyn, por uma margem de 20 pontos percentuais, mas tal vantagem foi erodindo (assim como a popularidade da primeira-ministra). Ao contrário do que May pretendia, os Conservadores perderam a maioria absoluta (apesar de continuar como o maior partido em total de votos), resultando num "Parlamento Pendurado" (com nenhum partido, sozinho, capaz de formar um governo de maioria).[3]
Com o resultado desapontador nas urnas, os Conservadores entraram em negociações com o Partido Unionista Democrático (DUP, na sigla em inglês) da Irlanda do Norte, cujos 10 assentos conquistados no Parlamento poderiam garantir uma coalizão Tory-DUP para formar um governo de maioria.[4] Enquanto isso, o Partido Trabalhista viu sua posição na Câmara se fortalecer consideravelmente, ganhando mais de 30 assentos e conquistando muitos votos, particularmente entre a população mais jovem. Já o Partido Nacional Escocês, que havia conquistado 56 dos 59 assentos que a Escócia tem direito na Câmara do Reino Unido em 2015, perdeu força consideravelmente. Acabou acontecendo que foi em solo escocês que os Conservadores registraram mais avanços, algo bem incomum em um país de tendências mais progressistas. Os Liberal Democratas e o DUP continuaram como o quarto e o quinto maiores partidos no Parlamento Britânico, respectivamente, com ambos conquistando mais assentos para si. Já o Partido de Independência do Reino Unido (conhecido como UKIP), que havia conquistado uma boa fatia dos votos populares em 2015, acabou sendo arrasado nas urnas e não conquistou um assento sequer no Parlamento.[5]
As posições políticas sobre as negociações na sequência da invocação britânica do artigo 50 do Tratado da União Europeia em Março de 2017, para deixar formalmente a UE, dominaram a campanha eleitoral. Contudo, outras questões, como imigração, saúde, educação e combate ao terrorismo acabaram ganhando bastante destaque.