Ecodoppler venoso dos membros inferiores
Quais são as grandes veias do corpo? / De Wikipedia, a enciclopédia encyclopedia
O ecodoppler venoso dos membros inferiores é um exame não invasivo que utiliza os ultrassons de modo a adquirir informações sobre a anatomia, fisiologia e a patologia do sistema venoso superficial e profundo.[1]
Está indicado principalmente no estudo de duas patologias: trombose venosa e insuficiência venosa. À semelhança da ecocardiografia, a ultrassonografia venosa requer uma compreensão de hemodinâmica de modo a fornecer relatórios de exame fiáveis e úteis. Na insuficiência venosa, o exame ecodoppler é extremamente útil na confirmação da doença varicosa, ao fazer uma avaliação da hemodinâmica, avaliando a progressão da doença e a sua resposta ao tratamento. Tornou-se a referência standard para o estudo dessa patologia.[2]
Desde a sua introdução nos anos 60,[3] os ultrassons foram rapidamente aplicados à medicina, contribuindo enormemente para a precisão e rapidez do diagnóstico e do tratamento subsequente. Fácil de executar, mas difícil de interpretar, a ecografia, posteriormente associada à codificação a cores e ao efeito Doppler, veio revolucionar o mundo da imagiologia, da obstetrícia, da cardiologia, da angiologia entre outros. Porém, a sua execução requer um treino adequado para que não se caia em erros de diagnóstico.[4] Na verdade, os conhecimentos e o treino do examinador são tanto ou mais importantes que o equipamento propriamente dito. Se a ecografia está relacionada com o estudo da imagem na maioria das disciplinas, já a sua aplicação ao estudo das veias não é linear e um conhecimento aprofundado de hemodinâmica é absolutamente necessário para que o examinador forneça um exame de qualidade e útil ao posterior tratamento do paciente.[5] A dificuldade deste exame e a falta de centros especializados para ministrar o treino necessário fazem com que ainda hoje os resultados do exame sejam controversos.[6]
É um exame inócuo, o paciente não é exposto a radiações, pode ser usado em qualquer idade, não necessita de preparação (salvo para estudar os eixos venosos abdominais), tem índices de sensibilidade e especificidade de cerca de 90% respetivamente e apesar do custo do material, é considerado como um exame pouco dispendioso e de primeira linha para a confirmação de um diagnóstico.[4][7]
A importância deste exame, no caso do estudo da insuficiência venosa crónica, não se limita a confirmar que esta insuficiência existe. Sendo um exame predominantemente hemodinâmico e dado o desenvolvimento que tem sido feito no campo do tratamento das varizes, este exame deve fornecer indicações ao cirurgião sobre as possibilidades de restabelecer a drenagem do sistema venoso superficial. É indispensável a exatidão destas informações e a elaboração de uma cartografia detalhada quando está previsto efetuar um tratamento conservador. Sobre esta cartografia o hemodinamista que efetuou o exame, em equipa com o cirurgião, marcará os pontos essenciais para que a correção cirúrgica seja efetuada(dissecção virtual).[nota 1][8]