Design estratégico
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O design estratégico é uma abordagem responsável por conectar e articular diferentes tipos de saberes sob o ponto de vista da estratégia, da ação projetual e das relações que constituem redes de design. A maneira como os diferentes grupos atuantes pensam é uma forma de dialogar coletivamente e, com isso, mostram os diferentes caminhos para possíveis soluções. Também visa ao desenvolvimento de estratégias organizacionais, sejam empresas privadas, instituições públicas, associações civis ou coletivos informais[1]. É uma disciplina transdisciplinar, abrindo uma gama de possibilidades de cruzamentos de diversas disciplinas, traçando uma estratégia definida que seja efetiva. O sucesso da estratégia do design depende muito da interação de indivíduos de áreas diferentes e suas ideias, compreendendo o mercado e os consumidores que serão afetados.
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Diferente de outras metodologias de formulação de estratégia, o Design Estratégico privilegia a colaboração e orientação à a inovação e à sustentabilidade como processo e não apenas como fim[2], coletando informações em tempo real de fontes dentro das organizações, bem como fontes externas, como consumidores e mercado. As estratégias são elaboradas em um processo que envolve todo o seu ecossistema de atuação: o meio organizacional (escritórios de design, empresas e demais organizações), o mercado, a sociedade e o meio-ambiente. [3]
No Design Estratégico, a função do designer é a de articular toda a rede de atores envolvida no projeto, internos ou externos à organização, na elaboração da estratégia e seus desdobramentos[1]. Assim, a relevância dessa abordagem está na capacidade de empoderar pessoas para fazer coisas e para lidar com um contexto inconstante. [2]
O objeto de projeto no Design Estratégico é o conjunto integrado de produto, serviço e comunicação (Sistema Produto-serviço, PSS) com a qual uma organização se apresenta ao mercado, se coloca na sociedade e dá forma a própria estratégia. O Design Estratégico dos PSS muda o foco da inovação de design de produto ou serviço (dado no design tradicional) para uma estratégia de sistema orientada por designers, para produzir soluções integrais.[4] Essa perspectiva requer a atuação de diversos atores, prevendo a colaboração, não apenas de designers, mas de todas as pessoas que possam contribuir para o processo de projeto. Assim, o conhecimento é construído a partir do diálogo promovido por diferentes pontos de vista. Sua transdisciplinariadade, nesse sentido, se estende além da Arquitetura e Engenharia, e dialoga com outros campos de conhecimento, em especial com as Ciências Humanas e Sociais.
Essa compreensão redefine a visão de projeto nascida com o Design Industrial, deslocando o produto do centro do projeto e contextualizando-o como objeto interligado a condições culturais, sociais e econômicas. Neste sentido, o Design Estratégico possibilita a análise de contextos e interpretação de estruturas de significado, atuando assim no reposicionamento ou reestruturação de problemas.
A ação projetual do Design Estratégico está intrinsicamente ligada à inovação e à transdisciplinaridade para a elaboração de propostas que promovam transformação social. O sucesso dessa abordagem, então, é gerar valor para as pessoas e para sociedade através de sua ação (Zurlo, 1999).
O aprofundamento no conceito de Design Estratégico, como campo de reflexão e proposição teórica foi fortemente influenciado por autores pertencente à Escola Politécnica de Milão, como Ezio Manzini, Francesco Zurlo, Francesco Mauri e Anna Meroni. Muito embora possuindo alguns pontos distintos em suas concepções, os autores indicam um olhar às relações como ponto essencial para projetação e criação de sentido.
A disciplina é majoritariamente praticada por consutorias de design, por departamentos internos de empresas ou, ainda, por equipes transdisciplinares que envolvem, pela visão do design estratégico, designers especialistas e designers difusos. Na visão de Ezio Manzini, os designers difusos são designers "não especialistas" que apresentam capacidades naturais para o exercício do design[5]. Empresas são os principais consumidores de design estratégico, mas os setores público, político e sem fins lucrativos também estão fazendo uso crescente da disciplina.
O Design estratégico é uma evolução de uma disciplina, de uma linha de conhecimento, de uma forma de pensar. Projetar, que para muitos pode ser algo inerente ao ser humano, tem sido o principal papel do design desde seu nascimento. Uma das maiores virtudes do design como área tem sido sua navegação pelas necessidades vigentes do mundo. Em uma era industrial passada o design havia se focado na necessidade vigente industrial que a humanidade necessitava e hoje, ao encontrar um mundo onde a complexidade impera e intriga os pensadores, o design se propõe a pensar para este contexto. O Design Estratégico propõe-se a pensar sobre os sistemas produto-serviço dos dias atuais, em rede, e propor reorganizações estratégicas destes mesmos, redesenhos que possam ser mais sustentáveis, abertos, que respeitem seus diversos atores e possam se perpetuar no ambiente caótico da atualidade.