Defesa antiaérea do Brasil
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A defesa antiaérea do Brasil é realizada pelas três Forças Armadas e coordenada pelo Comando de Operações Aeroespaciais (COMAE) como parte do Sistema de Defesa Aeroespacial Brasileiro (SISDABRA). O Exército Brasileiro possui Baterias de Artilharia Antiaérea, subordinadas às brigadas, e um Comando de Defesa Antiaérea, comandando Grupos de Artilharia Antiaérea para a defesa de pontos estratégicos. A Força Aérea Brasileira possui na Infantaria da Aeronáutica os Grupos de Defesa Antiaérea nas suas bases aéreas. A Marinha do Brasil tem armamentos antiaéreos nos seus navios e um Batalhão de Controle Aerotático e Defesa Antiaérea dentro do Corpo de Fuzileiros Navais.
Metralhadoras e canhões antiaéreos estrearam em combate no Brasil nos conflitos internos dos anos 1930. O Exército criou a precursora da atual Escola de Artilharia de Costa e Antiaérea (EsACosAAé) e estruturou diversas unidades nos anos seguintes da Segunda Guerra Mundial, ao mesmo tempo que as autoridades civis organizaram uma defesa antiaérea passiva, precursora da atual Defesa Civil. O avião a jato tornou obsoletos os canhões usados até então pelo Exército. Novos canhões e radares foram adquiridos nos anos 1970 e 1980, mas eles eram de baixa altitude (inferior a 3 000 metros) e alcance de engajamento. Essa faixa de emprego é útil contra helicópteros, drones táticos e aviões voando baixo para evitar a detecção por radar, mas a guerra aérea moderna, marcada pela corrida tecnológica entre as ameaças aéreas e defesas antiaéreas, exige combater na faixa de média altura (até 15 000 metros).
A era do míssil superfície-ar começou no país pela Marinha, em 1966, com mísseis de defesa de ponto nos seus navios. A criação do SISDABRA, em 1980, alinhou a defesa antiaérea às aeronaves de interceptação e os radares e meios de comunicação, comando e controle dos Centros Integrados de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (CINDACTA), que precisam agir de forma coordenada e imediata contra uma ameaça aérea. As três Forças Armadas passaram a usar mísseis portáteis (MANPADS) nos anos 1990.
Com a justificativa de proteger os grandes eventos como a Copa do Mundo de 2014 de ataques terroristas, nos anos 2010 o Exército adquiriu MANPADS modernos, Centros de Operações Antiaéreas (COAAe) eletrônicos, o radar Saber e os blindados Gepard. Entretanto, analistas na imprensa e publicações militares já fizeram diversas avaliações pessimistas. O Brasil seria incapaz de estruturar uma “defesa em camadas”, e a ausência de uma defesa antiaérea de média altura é uma lacuna séria. Na Marinha, as forças-tarefa navais têm apenas defesas de ponto e de área curta. O Ministério da Defesa tem um programa para adquirir baterias antiaéreas de média altura para as três Forças Armadas.