Conflitos pelo governo de Mato Grosso na Primeira República
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Os conflitos pelo governo de Mato Grosso na Primeira República envolveram a violência armada em vários momentos entre 1892 e 1916, opondo coronéis situacionistas e oposicionistas e empregando milícias particulares, a Força Pública estadual, a Guarda Nacional, o Exército e a Marinha. Os governos estaduais eram instáveis e a oposição podia recorrer à força armada para chegar ao poder. Cuiabá foi sitiada várias vezes. O governo federal tomava partido de um dos lados. A participação dos militares na política local e os conflitos de interesse entre o norte do estado e a região do atual Mato Grosso do Sul foram fatores relevantes.
Em 1892 a oposição, com grande participação dos militares, derrubou o governo de Manuel José Murtinho numa rebelião, mas o vice-presidente Generoso Ponce liderou uma reação armada que restabeleceu o governo deposto. O governo esteve sob o controle de uma aliança de Ponce com os Murtinho, especialmente Joaquim Murtinho, senador e ministro no Rio de Janeiro, até 1899, quando a aliança foi rompida. Os Murtinho, aliados a Antônio Paes de Barros, tomaram o poder numa rebelião. Em 1901 Ponce tentou recuperar sua força e seus aliados lançaram rebeliões, que foram sufocadas. Nesse período violento ocorreu o "Massacre da Baía do Garcez", a execução de 16 correligionários de Ponce. Em 1906 Antônio Paes de Barros era o presidente, mas os Murtinho romperam sua aliança, recuperaram a coalizão com Ponce e lançaram uma rebelião. Paes de Barros foi derrotado e morto.[1][2] O governo federal apoiou o lado vitorioso em 1892 e 1899, mas não foi capaz de impedir a queda de seu aliado Paes de Barros em 1906. O último enfrentamento entre situação e oposição, em 1916, após a morte de Ponce e Murtinho, foi causado pela divergência do presidente Caetano Manuel de Faria e Albuquerque com o partido situacionista. Ela levou à intervenção federal no estado.