Clítoris
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Clitóris ou clítoris é um órgão sexual feminino presente em todos os mamíferos e outros animais.[1] É a zona erógena de maior sensibilidade da mulher e geralmente a principal fonte anatómica de prazer sexual.[2] O clitóris é uma estrutura complexa de tamanho e sensibilidade variáveis. No ser humano, a glande do clitóris tem aproximadamente o mesmo tamanho de uma ervilha e estima-se que possua mais de 8000 terminações nervosas sensoriais.[3] A parte visível do órgão situa-se na união frontal dos pequenos lábios da vulva, anterior à abertura da uretra.[1]
Clitóris | |
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A anatomia do clitóris | |
Detalhes | |
Vascularização | Artéria dorsal do clitóris |
Inervação | Nervo dorsal do clitóris |
Precursor | Tubérculo genital |
Identificadores | |
Gray | pág.1266 |
MeSH | Clitoris |
Em seres humanos e outros mamíferos, o clitóris desenvolve-se no embrião a partir do tubérculo genital. Inicialmente indiferenciado, este tubérculo desenvolve-se num pénis ou num clitóris, dependendo da presença ou ausência da proteína SRY, a qual é codificada por um único gene no cromossoma Y.[3] Ao contrário do pénis, o órgão homólogo masculino, o clitóris geralmente não contém a parte distal da uretra, pelo que não é usado para urinar. Na maioria dos animais, o clitóris não tem função reprodutiva.[1] No entanto, em alguns mamíferos o clitóris tem função urinária ou reprodutiva.[1]
O clitóris é um tema recorrente de debate em medicina e sexologia e tem sido objeto de estudos e análises sociológicas.[4] Os debates médicos e sexológicos envolvem temas como precisão anatómica, igualdade de género, fatores envolvidos no orgasmo e explicação fisiológica para o ponto G.[5] Embora em seres humanos a única finalidade conhecida do clitóris seja o prazer sexual, tem sido debatido se o órgão é uma estrutura vestigial, se é resultado de uma adaptação evolutiva ou se tem ele próprio uma função reprodutiva.[6] Os estudos sociológicos e culturais abordam o papel do órgão no prazer sexual feminino, a perceção sobre o seu tamanho e profundidade e a diversidade de crenças que envolvem mutilação sexual, como aplicação de piercings no clitóris, remoção do clitóris.[7] A modificação genital pode ser realizada por motivos estéticos, médicos ou culturais, como no caso da mutilação genital feminina.[7]
O contexto social tem um impacto significativo no nível de conhecimento do clitóris. Vários estudos sugerem que, em comparação com outros órgãos, o conhecimento sobre a existência e anatomia do clitóris é relativamente escasso e que uma melhor educação sexual permitiria diminuir o estigma social associado ao corpo feminino e ao prazer sexual feminino. Entre os estigmas sociais estão a noção de que o clítoris e a vulva são visualmente pouco apelativos, de que a masturbação feminina é um tabu ou de ser expectável que o homem domine e controle o orgasmo feminino.[8][9]